FOODIE, GOING-NATURAL

Dicas de Nutrição (Fomos tentar saber se os milagres existem e acabámos por desvendar os dois maiores mitos de sempre)

Desafiámos a Ana Isabel Monteiro (Laranja Lima Nutricao) e a Mariana José (Mariana José Nutrir a Sorrir) ambas nutricionistas, a responder às questões dos nossos leitores e acima de tudo a esclarecer os mitos mais comuns.

Começámos pelo que à partida seria o mais óbvio, dado que crescemos a ouvir falar na fruta e nos legumes como alimentos obrigatórios às refeições. Mas afinal quantas peças de fruta devemos comer por dia? “será que é à vontade, mas não à vontadinha” e a que horas do dia? Pelas respostas que recolhemos na nossa página de Instagram, a maioria das pessoas considera que o apropriado será não ultrapassar as três peças por dia.

A Mariana José, refere que esta questão depende de pessoa para pessoa. “No entanto, entre 3 a 5 porções é o recomendado pela Roda dos Alimentos. A recomendação deve ser sempre feita de forma personalizada tendo em conta os objectivos, as necessidades, os gostos e as preferências de cada pessoa. É necessário ajustar sempre as porções consoante as restantes escolhas do dia.”

A Ana Monteiro acrescenta ainda que “a fruta pode ser uma boa opção antes de descansar. Aliás, a banana até pode ajudar a descansar melhor.”

O que não nos dá descanso, principalmente a quem trava diariamente uma batalha com a balança é a relação amor/ódio com o pão. A verdade é que pão combina com tudo, menos com a vontade que temos de lhe resistir. Sabemos por experiência própria que há quem fuja dele a sete pés, por o considerar altamente calórico. Perguntámos por isso, à Mariana, quantas vezes podemos/devemos ingerir este alimento e a que horas/momento do dia.

Mais uma vez a Mariana refere que depende de pessoa para pessoa. “Se me perguntarem o tipo de pão, posso dizer-vos que de preferência deve ser um pão integral ou de mistura ou de cereais, o mais rico em fibra possível (salvo exceções de doenças em que a ingestão de fibra não está recomendada) e o menos processado possível. Quanto ao número de vezes por semana? Tanto pode ser todos os dias como nenhum – depende dos gostos da pessoa, depende de que outros substitutos do pão a pessoa gosta mais, depende de como a pessoa se sente a comer pão. Horas do dia? Tanto pode ser de manhã e/ou à tarde, como poderá ser na refeição – depende do conjunto do dia, depende de que outras opções são feitas nas restantes refeições, depende das necessidades da pessoa, depende da atividade física da pessoa, depende mais uma vez dos gostos da pessoa! Cada caso é um caso.”

Para quem cozinha ou tem planos de o vir a fazer e pretende optar pelo mais saudável, a questão que se segue pode fazer toda a diferença na hora de escolher os ingredientes. Perguntámos à Ana se devemos substituir o azeite por óleo de coco. Não sei o que vocês pensam sobre este assunto, mas a sensação que temos é que de repente o azeite tornou-se o maior inimigo da cozinha e se não tens óleo de coco em casa, nem se quer és uma pessoa fixe.

Para acabar já com o bulling ao azeite a Ana diz, “nunca o devemos fazer se estivermos a falar de saúde. O azeite, azeitonas abacate, oleaginosas e sementes devem ser as gorduras a privilegiar.”

E agora sim, vem a pergunta que ninguém quer calar. Mas afinal podemos comer bolos ou não? Não haverá assim uma alturazinha do dia em que possamos enfardar os ditos sem peso na consciência?

A Ana diz que “há alturas para tudo e os bolos e doces mais calóricos também podem fazer parte de uma alimentação saudável e equilibrada. Para uma base diária seria melhor optar pelas frutas, frutas desidratadas (como tâmaras) ou o chocolate, sim, sendo que o negro não é menos calórico que os outros.”

A Mariana acrescenta, “doces e bolos podem e devem ser incluídos num estilo de vida saudável, de uma forma equilibrada. Isto é, são alimentos que não devem ser consumidos diariamente. No nosso dia a dia devem fazer parte alimentos mais interessantes do ponto de vista nutricional, o mais naturais e o menos processados possível! Quando assim é não há qualquer problema de esporadicamente nos permitirmos comer um doce ou um bolo, ou outra coisa qualquer, sendo que ao ser pontual e incluído numa alimentação saudável, completa, variada e equilibrada, devemos fazê-lo quando nos fizer mais sentido, devemos ouvir o nosso corpo, perceber se realmente nos apetece e comê-lo com o máximo de prazer (sem qualquer tipo de culpa ou arrependimento)! Saborear o momento é fundamental… E se assim for não nos irá fazer mal nenhum, nem ao corpo nem à mente! É imperativo deixarmos de ver os alimentos como vilões e de termos uma relação com a comida do perdido por 100 perdido por 1000!”

E para quem não seguiu os conselhos das nossas nutricionistas e entretanto com os nervos, a ler este artigo, despachou uma caixa de chocolates, dois ou três bolos de seguida e neste momento só está à espera do milagre da desmultiplicação, fomos tentar saber se os milagres existem e acabámos por desvendar os dois maiores mitos de sempre. Perguntámos à Mariana se é verdade que a água com limão em jejum emagrece.

À qual ela responde, “MENTIRA! A única porção mágica para o emagrecimento é o BALANÇO ENERGÉTICO NEGATIVO, isto é, uma ingestão de calorias inferior ao gasto calórico (metabolismo) que o nosso corpo tem diariamente.  Para se conseguir esse défice energético é crucial ter-se um plano adequado a nós e termos acompanhamento, de forma a ser possível não só atingir o emagrecimento, mas acima de tudo mudarmos o nosso padrão alimentar e estilo de vida para conseguirmos depois manter os nossos objetivos!”

Quando perguntámos à Ana se é verdade que o chá de gengibre emagrece, ela respondeu, “não. Nenhum alimento por si só engorda ou emagrece.”

Definitivamente os chás não fazem milagres! Mas e a água? Aposto que está tudo a pensar no mesmo. Tiro a saqueta do chá e bebo água como se não houvesse amanhã. Mariana, é verdade que se ingerirmos muita água, estamos a prevenir a retenção de líquidos e consequentemente a perder peso?

“VERDADE! Para haver um bom estado de hidratação o ideal é ingerirmos 35ml de água por cada kg de peso. Isto é, uma pessoa que pese 60kg, deve ingerir 2100ml (2,1 litros). Se bebermos o aporte de água indicado conseguimos que o nosso organismo funcione da melhor forma, conseguindo além de muitas outras funções potenciar também a diminuição de retenção de líquidos. Desafio todas as pessoas que sofram de retenção de líquidos a beberem 1 dia inteiro a quantidade de água que lhes é indicada, que vejam a diferença no número de idas à casa de banho, que avaliem a cor da urina (quanto mais clara melhor) e que percebam ao final desse dia como se sentem! Quanto à relação da água com o emagrecimento? É gigante, não só a ver com a diminuição da retenção de líquidos, mas acima de tudo porque o nosso cérebro não consegue distinguir os sinais de alerta do nosso organismo de fome vs sede. Isto é, muitas das vezes vamos à procura de alimentos não por uma questão de fome/apetite, mas sim por uma questão de sede. Como tal, a ingestão adequada de água é imprescindível para a regulação da saciedade, sendo uma excelente aliada no emagrecimento!”

A questão que se segue é possivelmente um dos assuntos mais falado nos últimos tempos e que continua a suscitar muita curiosidade e acima de tudo muitas dúvidas. Refiro-me ao jejum intermitente. Perguntámos à Ana se o jejum é ou não saudável. Ao que ela respondeu, “depende da pessoa. Pode ser uma estratégia e deve adaptar-se ao estilo de vida da pessoa. Não é melhor que a restrição calórica contínua para a perda de peso.”

Outro dos temas que também gera muita polémica, principalmente porque há sempre opiniões contraditórias, são os produtos drenantes. Há sempre a amiga da amiga que diz ter ingerido determinado produto e ter emagrecido horrores em tempo recorde. Para desvendar este mistério, perguntámos à Mariana se estes produtos são ou não aconselháveis.

“Em certos casos são aconselháveis e podem auxiliar na diminuição da retenção de líquidos, noutros casos são altamente desaconselháveis. Alguns exemplos de não serem aconselhados: hipertensão – muitos deles têm cafeína, problemas de tiroide com restrição de iodo – muitos deles têm algas com altos teores de iodo, toma de certos medicamentos – podem diminuir ou anular a absorção dos mesmos. Como tal, drenantes ou qualquer outro tipo de suplemento alimentar somente com aconselhamento do nutricionista ou médico, avaliando sempre caso a caso e fazendo sempre esse aconselhamento de forma personalizada.”

Não poderíamos terminar este artigo, sem tentar sacar o coelho da cartola. Até porque, sempre que falamos com nutricionistas achamos sempre que elas sabem alguma técnica completamente desconhecida e milagrosa e que não nos querem dizer. Assim, lançámos por último aquela pergunta cliché: existe algum truque que ajude a gerir as quantidades de alimentos que ingerimos às refeições?

A Ana responde e bem, “comer sopa no início e acompanhar com uma boa salada (não regada em azeite) pode ser uma ajuda.”

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TRAVEL

E a lua-de-mel, para quando? Para agora! 5 destinos para a vossa viagem

Dias e horas, a agenda de 2020 ficou completamente suspensa e tudo o que tinhamos planeado passou a estar ao sabor do vento, do tempo incerto em que mergulhamos. Mas há sonhos que são demasiado desejados que não queremos vê-los cancelados, então decide-se adiar. Contudo, não é apenas a data que está em causa, é um sonho que muitos pensaram durante uma vida, para que aquele dia fosse simplesmente perfeito. E sabemos o quão se dedicaram para que esse sonho se torne realidade. E mesmo, quando esse dia parece estar cada vez mais perto e já se sentem as borboletas na barriga, eis que tudo parece ter acabado, sem nunca ter começado. Muitos noivos viveram este turbilhão de sentimentos devido à pandemia que assolou o mundo, e a pergunta já não era “e agora?”, mas sim “quando?”

E como não há casamento sem lua-de-mel, estivemos à conversa com a Ana Costa, uma agente de viagens que contribui para o sonho destes casais apaixonados e combina um pouco destes dois mundos, as viagens e luas-de-mel. Este é o seu testemunho (e também as suas sugestões).

“Com esta pandemia não, ainda o vírus não andava por cá e já tínhamos clientes a colocar em causa as suas viagens”

O sector do turismo vive dias muito diferentes, senão mesmo os mais difíceis de sempre. Ana já trabalha há 10 anos no mundo do turismo e das viagens e destaca que nunca viveu nada semelhante. “Sempre houve crises que afetaram as viagens, que se prendiam com saúde, desastres aéreos e catástrofes naturais, mas que sempre havia alguma forma de contornar e, sabíamos que seria algo temporário e que mais dia menos dia estaria resolvido. Com esta pandemia não, ainda o vírus não andava por cá e já tínhamos clientes a colocar em causa as suas viagens, senão mesmo a desistir delas.” Então tudo piorou quando o temeroso vírus chegara a Portugal, a mais pequena escapadela fora das fronteiras da nossa zona de conforto, era questionável.

Junto com muitos jovens casais que planeiam consigo a sua lua-de-mel, Ana partilhou estes momentos duros. Como o casamento havia sofrido alterações, sabia que o mesmo aconteceria com a data da lua-de-mel. Por uma lado, seria necessário reagendar a viagem, em conformidade. Mas esta decisão obrigava a outra reflexão: escolher alternativas a países “covid-safe” como forma de ter um experiência mais tranquila e próxima ao “normal” esperado. E talvez, este seja algo diferente, porque quem trabalha em turismo está, de certa forma, habituado a que as suas viagens e programas sejam alterados. Agora com um cenário como o coronavírus, tudo requer mais prudência e tudo é mais restrito.

Uma quebra de 80% ou 90% se compararmos com anos anteriores à pandemia. São números muito tristes.

Ana gosta do seu trabalho, o mundo das viagens sempre a inspirou e sabe que, em certa medida, está também a contribuir para experiências inesquecíveis junto dos seus clientes. Para além da responsabilidade e profissionalismo (e algumas dores de cabeça), admite que o seu trabalho traz também uma boa dose de adrenalina. Mas 2020 seria uma realidade bem diferente. Quando lhe perguntamos quantas viagens programou em 2020, com um tom desolado respondeu prontamente: “duas viagens! Em anos, normais demoraria mais tempo a contar.”

Uma viagem de lua-de-mel aos Açores (5 ilhas, 15 dias) e outra às Maldivas (10 dias), ambas durante o mês de Outubro. “Temos de ser optimistas, e num ano tão atípico, duas viagens assim são números positivos”, mas são também resultados de uma quebra que a mesma afirma de 80% ou 90% se compararmos com anos anteriores à pandemia. São números muito tristes.

“Mas já me adiantaram também que não há outra data, em Maio dão mesmo o nó, com ou sem convidados.”

Como exemplo, Ana refere uma situação particular de um cliente que já vai na terceira data. Com o casamento previsto inicialmente para Abril de 2020, passou para Outubro 2020, e agora, passado praticamente um ano, para Maio 2021! “É difícil! E imagino que seja bem difícil para eles (eu também já fui noiva)! Mas já me adiantaram também que não há outra data, em Maio dão mesmo o nó, com ou sem convidados.” No entanto, aquilo que já foi programado como viagem para Miami com cruzeiro nas Caraíbas, agora está a ser repensado, eventualmente para as Maldivas. O que, perante todas as adversidades da pandemia, acaba por ser uma boa alternativa, não apenas pelo facto das Maldivas serem ilhas magníficas que todos conhecemos (ainda que nunca tenhamos lá ido), mas sobretudo, pela segurança no que refere ao coronavírus. Isto porque, não registo de casos a um nível alarmante, e facto é, que para embarcarem é necessário teste ao Covid-19, e o mesmo acontece no desembarque. Uma vez nas Maldivas, é feito nova recolha e testagem, que até ser conhecido o resultado (24h), estão já na sua “casinha” em pleno oceano índico. Geralmente, os resultados são regra geral “negativo”, porque cada ilha tem um hotel, onde se espalham em diversos bungalows, e portanto, não há cruzamento ou contacto com muitas pessoas. Talvez por isso seja, neste momento, o destino recomendado para estas viagens a dois. 

As Maldivas são um bom exemplo, tal como o Sri Lanka ou as Seychelles.

Perante todos estes cenários, a mensagem que Ana deixa de alento para todos os noivos é “não desistam da vossa viagem de sonho”. Sugere que, para quem quer casar e ter a sua viagem, deve repensar os destinos e não a viagem em si. “A viagem deve ser mantida e ajustada.” Existem alternativas que configuram este equilíbrio, entre aquilo que se espera de uma lua-de-mel e a segurança covid-19, as Maldivas são um bom exemplo, tal como o Sri Lanka ou as Seychelles, e se não quisermos ir tão longe, a Madeira ou os Açores são destinos muito interessantes a explorar. Depois dos Açores terem sido eleitos como ‘o destino mais seguro para visitar na Europa em 2020’, este ano, é a Madeira que recebe esta distinção. Além disso, é também uma forma de contribuirmos para o nosso turismo e para a economia nacional.

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O sonho de uma vida! Casa comigo nem que seja em 2030…

Vivemos tempos incertos, de muitas dúvidas, alguma ansiedade, principalmente por não nos ser permitido fazer planos a longo prazo ou por sermos obrigados a alterar os que já dávamos como adquiridos. Há quem diga que este é o maior ensinamento da pandemia. Viver com mais resiliência, sem grandes planos, aprender a saborear um dia de cada vez, viver com mais intensidade o agora.

No entanto, planos representam mudança, a realização de sonhos, o início e fim de etapas. Muitas vezes envolvem custos, sacríficos, escolhas, decisões e tudo isto cria e desenvolve em nós, de forma quase irracional, as expectativas. São elas que dão alma aos nossos desejos mais íntimos e nos fazem acreditar que tudo é possível.

Em plena pandemia, muitos de nós, se não todos, vimos os nossos planos, ou especificamente algum ser adiado ou cancelado. Mas hoje, queremos destacar em concreto, o que é para muitos o sonho de uma vida, planeado ao pormenor às vezes durante anos, com o coração e o sonho à mistura, vamos falar “do casamento”.   

“Fiquei super triste e achei que ia ser péssimo adiar. Sempre quis casar, sempre sonhei com isso, sonhas imenso com uma coisa e rapidamente percebes que isso não vai acontecer, pelo menos na data que estava planeada.”

A Ana e o Jaime marcaram o seu casamento para dia 19 de setembro de 2020. Na altura, abril/maio de 2019, estavam certos de que tinham um sonho que partilhavam e queriam acima de tudo poder festejar com amigos e família num dia especial, no Alentejo, com um tempo mais amenos e dentro da disponibilidade do espaço onde iria ser a festa.

Desconheciam por completo, que o mundo inteiro iria viver uma crise pandémica com graves consequências em todos os sectores. Na altura, abril de 2020, a 5 meses da data do casamento, a covid era totalmente desconhecida e a Ana contou-nos que não sabiam “com o que contar”, caso avançassem com a festa. Por isso, pelo medo do desconhecido e por questões de segurança, decidiram adiar. Ao contrário de muitos casamentos que viram acontecer nesse verão com regras e restrições apertadas, preferiram adiar e manter os seus aproximadamente 250 convidados.

A segunda data foi marcada, para dia 19 de junho de 2021. “Quisemos manter o número 19, como se fosse uma lembrança do primeiro que não aconteceu” contou-nos a Ana. E a verdade é que voltou a não acontecer. No início deste ano, a Ana e o Jaime começaram a perceber que a situação pandémica só se agravava e isso colocaria novamente a sua segurança e a dos seus convidados em risco, o que provavelmente obrigaria a uma redução da lista de convidados e isso estava fora de questão.

Tínhamos pessoas que não iriam estar connosco no que é suposto ser o dia mais feliz das nossas vidas. Temos amigos e família no estrangeiro, e o feedback dessa parte é que de facto era muito difícil conseguirem cá estar. E mesmo de quem vive em Portugal, notámos sempre um certo desconforto. De qualquer das formas, nós já não estávamos confortáveis com a situação de avançar este ano”. Para piorar, o Jaime por trabalhar por conta própria foi muito afetado com toda a situação e decidiram adiar. A Ana contou-nos que felizmente não perderam dinheiro e que mantiveram todos os serviços até então contratados, sem ter de pagar mais por isso. No entanto, com o casamento adiado uma segunda vez, surgem questões com alguma tristeza. “Fico ansiosa quando penso que comecei (começamos) a preparar tudo em 2019, e no final de contas só casamos em 2022.”

Pessoalmente, fico com imensas questões “será que já não gosto da quinta?” “a última vez que vi o meu vestido foi em outubro de 2020, e nem sequer estava acabado, em 2022 já nem devo gostar dele”

Apesar das adversidades, a Ana diz que estão otimistas, conseguem ver vantagens em adiar e que estão confiantes que à terceira é de vez. “O pensamento é mais ou menos este “só casamos uma vez, que seja como queremos, com quem queremos”

A Maria e o João (nomes fictícios) também passaram pela experiência de ter de adiar o seu casamento, devido à situação pandémica que teve início em março de 2020. Tinham planeado casar a 5 de setembro de 2020, pelos mesmos motivos da Ana e do Jaime, seria uma data com um tempo mais amena, dado o calor habitual do Alentejo.

A quinta onde iriam realizar a festa fez alguma pressão para adiarem, devido às restrições e às regras apertadas. A Maria confessou-nos que possivelmente, se não tivessem sido pressionados, teriam mantido a data do casamento e casariam com metade dos convidados, dado que, tiveram de reduzir a lista para a segunda data.

O adiamento do casamento, levou-os a mudar o local da festa, quiseram precaver-se e ter um espaço que mesmo com as restrições (50% da lotação do espaço) pudesse receber o máximo de pessoas possível. A Maria contou-nos que perderam o sinal que já tinham pago no sítio inicial, mas que não lamentam, gostam mais e há melhores condições na quinta onde irá agora ser o casamento. A festa está marcada para maio de 2021. “Casamos numa quinta diferente, da qual gostamos mais, e com os nossos avós já vacinados (eu também já estou vacinada, assim como vários amigos meus que trabalham em hospital).”

acho que tem tudo para correr melhor, embora estejamos dependentes das indicações do Governo acerca dos casamentos para este verão.”

Quando perguntamos à Maria se alguma vez pensaram em desistir do casamento, ela respondeu: “Nunca pensámos em desistir, mas claro que custou um bocadinho aceitar, o ano passado. Este ano já estamos muito mais tranquilos em relação a isso, já decidimos que não queremos adiar mais um ano porque não nos faz sentido continuar a adiar este sonho. E porque queremos muito ser pais, mas queremos casar primeiro (…) se não for possível já para maio, estamos a pensar adiar para junho, julho deste ano.”

Segundo o Daniel responsável pela “Prometo Amart-te“, wedding planners, a pandemia afetou bastante os casamentos. O que parecia ser um ano promissor, o melhor em número de casamentos agendados, tornou-se num pesadelo para as empresas do sector e numa desilusão para os casais que tinham o seu dia há muito planeado.

“Com a chegada da pandemia, de facto tudo mudou. Tivemos uma quebra de faturação, superior a 80%, sendo que adiámos 90% dos nossos casamentos para 2021. Infelizmente, alguns de 2021, já foram igualmente, adiados para 2022. O que representa uma grande preocupação para o nosso setor. Dois anos, sem produzir é catastrófico a nível de faturação, como também no crescimento dos projetos!” O Daniel esclareceu que apesar das dificuldades do sector, pretendem manter a excelência dos seus serviços, dando preferência à qualidade dos materiais e à origem da sua produção e claro, mantendo a experiência do cliente sempre como prioridade.

Quando perguntámos qual a importância de recorrer a um wedding planner, ainda para mais em tempos incertos em que existem muitas regras e tantas restrições, o Daniel esclarece, o facto de uns noivos terem o apoio de um wedding planner, ajuda a que consigam desfrutar de uma forma mais leve de todo o processo, para que possam viver livremente todas as memórias inesquecíveis do grande dia!

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Co-living: partilhar casa em tempos de pandemia

Estamos quase há um ano a viver provavelmente o maior desafio de todas as nossas vidas. Muito já se falou da pandemia, os efeitos nefastos que causou e que trará ainda no futuro. Já se falou das consequências da pandemia nas relações humanas e sociais, na educação, no trabalho, na saúde, mas acho que há um ponto que ainda não foi discutido. 

Falar em pandemia é falar em confinamento, e isto acarreta um desafio enorme e consigo imaginar vários cenários, mas há um que me é mais próximo e que pouco se tem falado: como é que é o confinamento quando vivemos numa casa partilhada?

partilhar casa é dividir tudo, rotinas, horários, feitíos… e há dias em que não nos apetece falar com ninguém

Este é um cenário comum e que se expande não só aos mais jovens que saíram agora da asa dos pais, como também àqueles cuja a renda por um T1 é inacessível (ainda que de olho nele), e portanto, arrendar um quarto acaba por ser a opção mais aceitável. Partilhar casa é sempre desafiante, embora cada um na sua vida, acabamos sempre por conhecemos pessoas novas, muitas delas de diferentes países, com diferentes experiências, e o intercâmbio cultural acaba por ter lugar mesmo dentro do nosso lar. Visto desta perspectiva, acaba por ser entusiasmante aquela que pode ser a vivência numa casa partilhada. Por outro lado, sabemos que não vivemos sozinhos, e partilhar casa é dividir tudo, rotinas, horários, feitíos… e há dias em que não nos apetece falar com ninguém, ou em que queremos estar sossegados, tranquilos, momentos em que queremos silêncio e outros em que queremos mais privacidade. E este é o reverso da moeda, é preciso saber lidar com o desafio e encontrar o equilíbrio. 

Por quanto tempo é que achamos que a nossa zona de conforto é realmente confortável?

Mas o desafio é muito maior quando estamos em situações atípicas como esta pandemia que vivemos. Todos falam em estar em casa, e que é dificil, ora porque não temos com quem socializar ora porque estamos sozinhos. E até aqui tudo bem, é humanamente compreensível e complexo. Mas e quem está confinada numa casa partilhada? Sim, coloquemo-nos por um instante no lugar de quem partilha casa com pessoas, que não são nem familiares, nem namoradx, nem amigos? Se por um lado, não estamos sozinhos, a realidade é que também não estamos com ninguém do nosso círculo mais próximo. E se quisermos ter aquele momento mais chill, (um exemplo básico, porque não quero pensar nem cenários piores, como ficar doente no meio de uma pandemia) ver um filme no sofá sozinha, tranquila, na minha… parece algo tão simples, mas numa casa partilhada não. Primeiro, porque a tranquilidade será sempre questionável, segundo, “sozinho” não existe porque estamos numa casa partilhada, logo a sala de estar é um espaço comum, e dado as circunstâncias pandémicas,  todos são “obrigados” a estar em casa. Então, decidimos abdicar do sofá, e passamos o tempo no quarto, sempre é o nosso espaço, onde não seremos incomodados. Mas será que aguentamos estar horas e horas, dias dentro do quarto? Por quanto tempo é que achamos que a nossa zona de conforto é realmente confortável? É aqui que colocamos na balança “ter alguma paz e, cingimo-nos ao nosso quarto” ou “ser obrigada a conviver com alguém (que não nos apetece) para não ficar o tempo todo quarto”. Não sei qual seria a vossa escolha, mas mesmo uma pessoa sociável que nem eu, prefere (sobre)viver dentro de um quarto, que ter de “fazer sala com alguém” só para passar algum tempo no sofá! 

Já partilho casa há alguns anos, já conheci muitas pessoas, umas super queridas, outras super aborrecidas, uns dias mais fáceis que outros, mas isso é comum a qualquer um de nós, estando ou não a partilhar casa. Mas de uma coisa estou certa, nunca pensei passar tanto tempo em casa (e eu gosto de estar em casa), menos ainda, entre quatro paredes. Acredito que a minha experiência não seja regra (seria até deprimente se fosse), também imagino que se fosse há uns anos atrás, talvez reagisse diferente e fosse algo mais dinâmico. Felizmente, sou bem disposta e tento ter uma postura positiva em tudo na minha vida, mas este desafio não está sendo superado por isso, mas sim, por me conhecer bem, por saber os meus limites e a minha capacidade de resistência perante as adversidades e partidas da vida. E esta é maior de todas!

a “geração das duas crises”, o que mostra que metade da sua vida foi em crise económica

A crise económica de à 10 anos intitulou muitos jovens de “geração à rasca” e partilhar casa mostrou-se ser única alternativa para quem queria construir a sua independência face instabilidade económica, profissional. A economia mostrou resultados mais animadores, o turismo mostrou ser uma aposta ganha, mas isso também inflacionou mais as rendas de habitação, situação que só teve um decréscimo agora, perante tamanho problema como uma pandemia. Infelizmente, acredito que os mesmos jovens terão em breve o seu título renovado, com a “geração das duas crises”, o que mostra que metade da sua vida foi em crise económica, o que é muito triste. Por muito que eu queira ser positiva, e acreditar que a retoma económica possa ser uma lufada de ar fresco, as consequências da pandemia serão profundas para estes jovens. Sejamos fortes!

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TIPS, WHAT'S UP

Decidir entre ficar ou viver uma nova história

Se foi uma decisão fácil?

Não! Eu sou uma pessoa muito ponderada.

Se correu tudo bem, tal como eu tinha planeado?

Também não, as coisas nem sempre correm como nós as planeámos.

Se pensei em desistir?

Quem nunca! Mas depois percebi que desistir é sempre o caminho mais fácil, para tudo na vida!

Se me arrependo?

Não, caso me arrependesse não faria sentido partilhar esta minha experiência com vocês. 

Se ficaram com curiosidade para saber mais, continuem a ler…

Olá!

O meu nome é Rita, tenho 29 anos, sou licenciada em Relações Públicas e Comunicação Empresarial, mas o que gosto mesmo é de marketing.  Também gosto de viajar, dançar, fotografar e passar bons momentos com os amigos e com a família. 

Vivi os últimos 9 anos em Lisboa e no final de 2018 aceitei o desafio de deixar o meu país e sair da minha zona de conforto. A Headshake desafiou-me a partilhar esta minha experiência e tenho esperança que pelo menos uma pessoa que leia este texto se identifique com ele, caso contrário é uma boa forma de passarem o tempo.

quando certo dia o meu namorado me perguntou o que é que eu achava da hipótese de irmos viver para Madrid.

2018 (parece que foi noutra vida), quando certo dia o meu namorado me perguntou o que é que eu achava da hipótese de irmos viver para Madrid. Conhecer uma nova cidade, uma nova cultura, relativamente perto de Portugal, com outras oportunidades profissionais…

Ao que respondi de imediato e bruscamente: “ Nem pensar! Vai tu”. 

Depois de algum tempo a pensar naquela proposta, depois de pedir opiniões a várias pessoas e depois de fazer uma análise entre prós e contras de embarcar nesta aventura, pensei… Why not? O que é que tenho a perder? 

Mudei-me então para Madrid em Outubro de 2018, para um pequeno apartamento no coração de Madrid. Os meus objetivos eram conhecer a cidade, aprender uma nova língua e arranjar trabalho numa empresa de marketing digital espanhola. 

pensei várias vezes “ Rita, o que é que tu foste fazer à tua vida?”

Vamos por pontos…

Conhecer a cidade: visto que estava a viver no centro da cidade, foi incrível porque consegui ir conhecendo todos os recantos de Madrid e pude experienciar a vivacidade e a alegria que nuestros hermamos têm e que só estando cá se consegue sentir e viver. 

A cultura espanhola é muito diferente da portuguesa, querem ver?

Para eles tudo é motivo de festa, aliás acho que nem precisam de nenhum motivo em especial, só o facto de estarem vivos é um motivo para celebrar. O nível de decibéis é muitoooo superior ao Português, mas é uma questão de hábito.  A casa serve apenas para dormir, porque o resto do tempo é passado na rua (durante o fim de semana) entre amigos, copas y tapas. Cá não existem doutores, imaginem a confusão que me fez ao início tratar o meu chefe e as pessoas mais velhas do que eu que trabalhavam comigo por TU!

Também os nossos amigos e família, adoraram a ideia de nos mudarmos para Madrid e assim terem um motivo para virem cá com mais frequência. Nós também adorávamos a ideia de os receber em Madrid e assim podermos passar algum tempo juntos.

Aprender uma nova língua: Para meu grande espanto ( que achava que tinha zero jeito para línguas e nunca na vida tinha tido aulas de espanhol) fiquei surpreendida comigo mesma. Fui aprendendo através de aplicações, através de pequenas tarefas do dia a dia como ir à farmácia ou ao supermercado e mais tarde na empresa para onde fui trabalhar, onde diariamente falava espanhol com os meus colegas. 

Arranjar trabalho numa empresa de marketing digital: Até ao final de 2018, apesar de já estar em Madrid, continuava a trabalhar para a empresa Portuguesa onde estava a trabalhar. Mentiria se viesse para aqui dizer que foi super fácil arranjar trabalho e que não pensei várias vezes “ Rita, o que é que tu foste fazer à tua vida?”

Ao fim de dezenas de CVs enviados,  algumas entrevistas realizadas e muito “não” recebido, lá chegou o tão esperado SIM! Claro que o ideal e recomendado, para quem quer embarcar numa aventura semelhante, será ter um contrato de trabalho antes de fazer a mudança. 

A adaptação à nova cultura empresarial, colegas e metodologia de trabalho foi bastante rápida, simples e prática. Talvez o facto de não existirem “Doutores” como referi anteriormente, tenha contribuído para isso. Senti uma grande proximidade e à vontade para colocar dúvidas e fazer sugestões junto da própria chefia.  

a empresa onde trabalhava foi brutalmente atingida e consequentemente todos os que lá trabalhavam, incluindo eu, que de um momento para o outro me vi sem emprego

A experiência estava a ser enriquecedora, com novas oportunidades diárias e muita aprendizagem, até que…aconteceu o que ninguém poderia prever e que acabou por nos atingir a todos, uma Pandemia Mundial! Como assim? Como assim, algo que não é visível nem palpável que aparece, não sabemos muito bem de onde, nem por que motivos e que vem mudar totalmente as nossas vidas?

Tal como tantas empresas pelo mundo, também a empresa onde trabalhava foi brutalmente atingida e consequentemente todos os que lá trabalhavam, incluindo eu, que de um momento para o outro me vi sem emprego. Seguiram-se dias, semanas e meses de procura de um novo emprego, uns dias com mais motivação do que outros.

No entanto, não desisti e decidi aproveitar este “tempo livre” para investir na minha formação profissional, acabando por fazer algumas formações online e colocando em prática muito do conhecimento que fui adquirindo ao longo do tempo.

Ninguém conseguia imaginar as proporções que esta pandemia iria atingir. Recordo-me que no início de Março o nosso chefe nos chamou para uma reunião e disse que como medida de prevenção seria melhor começarmos a trabalhar a partir de casa na semana seguinte, mas que seria algo provisório, porque dentro de duas semanas faríamos um ponto de situação e voltaríamos ao escritório (achava ele… e achávamos nós). 

Passado quase um ano desde o início desta pandemia, sabemos que, tal como diz o ditado “não há mal que dure para sempre, nem bem que nunca acabe”, toda esta situação irá terminar e estou certa que será para todos uma grande lição de vida. Lição de que não conseguimos controlar tudo o que se passa à nossa volta, lição de que juntos somos mais fortes e lição de que não vale a pena fazer planos a longo prazo, porque nunca sabemos o dia de amanhã.

Quanto a mim, continuo firme e focada em voltar ao mercado de trabalho neste mundo que se tornou tão remoto e digital.

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Amor em pandemia

M e V iniciaram uma relação amorosa dois meses antes da pandemia se instalar em Portugal, conheceram-se socialmente através de amigos em comum e chegaram inclusive a fazer vários programas juntos, quando ainda era possível sair para jantar e passear livremente. Nada previa o que estaria para chegar, mas foi o suficiente para mudar o rumo das suas vidas, de forma inesperada.

M, contou ao headshake que perante um confinamento inesperado e rigoroso que iria obrigar a um afastamento temporário, não lhes fazia qualquer sentido viver cada um em sua casa, a vontade de estar juntos e de se conhecerem melhor, era mais forte que qualquer pandemia.

Em menos de dois meses de namoro, decidiram então viver juntos, V deixou a sua casa e mudou-se para a de M.  “Correu bem e já não fazia sentido cada um voltar a viver sozinho” diz M confiante da sua decisão.

Ao questionar-mos como foi partilhar a mesma casa 24 sob 24horas, M diz confiante que foi fácil, devido à forma descontraída como ambos encararam o desafio. M tinha algum receio de não se adaptar a uma vida em conjunto, uma vez que estava habituada a viver sozinha. Mas nem as questões domésticas foram motivo de conflito, M e V confessaram que partilham todas as tarefas e que tudo o que poderia ser problemático entre o casal foi resolvido com uma boa conversa.

Durante a pandemia, fizeram planos de ter filhos, construir uma família e comprar uma casa maior. M contou-nos que aos 8 meses de relação, engravidou, mas que infelizmente não pode prosseguir com esse sonho, pelo menos para já. No segundo confinamento rigoroso, tiveram que ultrapassar alguns momentos difíceis.

o amor, a paixão ou a vontade de estar com alguém poderá ser mais forte que o COVID

A história da M e do V mesmo não tendo começado exatamente no período pandémico de Portugal (março de 2020 até a data), foi crescendo e evoluindo durante meses com muitas restrições e períodos de confinamento pelo meio, no entanto e apesar de ser uma realidade diferente para ambos, não se arrependem da sua decisão.

A verdade é que o testemunho deste casal, deixou-nos com vontade de explorar a fundo as questões dos relacionamentos em período de pandemia, porque afinal, ninguém estava preparado e todos fomos obrigados a adaptar-nos. Será que durante a pandemia houve espaço para o amor? Houve mais relações a terminar ou a começar? E as que começaram, como aconteceu num período tão pouco propício a encontros físicos? Que dificuldades sentiram os casais que foram “obrigados” a conviver 24 sob 24h? Houve mais ou menos tempo para a vida sexual?

mais de metade dos inquiridos assume que o facto de estar solteiro deve-se essencialmente à pandemia e/ou aos períodos de confinamento

Comecemos por conhecer os perfis das pessoas que responderam ao inquérito por questionário que disponibilizamos durante mais de uma semana, no nosso blog. São pessoas entre os 20 e os 43 anos, maioritariamente do sexo feminino (64,2%), sendo que mais de metade está atualmente numa relação com ou sem compromisso, o que à primeira vista nos leva a crer que o amor, a paixão ou a vontade de estar com alguém poderá ser mais forte que a COVID.

Ao analisar a minoria, os “completamente descomprometidos”, encontramos dois perfis. O primeiro, são pessoas que não estiveram em nenhum relacionamento amoroso de qualquer tipo nos últimos 6 meses (17,9% dos inquiridos), sendo que mais de metade dos inquiridos assume que o facto de estar solteiro deve-se essencialmente à pandemia e/ou aos períodos de confinamento que dificulta o processo de conhecer outras pessoas.

O segundo perfil são pessoas que terminaram um relacionamento há menos de 6 meses (10,4% dos inquiridos), sendo que todos afirmam que a sua última relação teve início durante a pandemia (desde março de 2020 até à data) e que conheceram o “ex” parceiro essencialmente através de amigou ou através de redes sociais. Sendo que também estes pensam estar a ser prejudicados pela pandemia, atribuindo a esta o término das suas relações.

A maioria das relações sem compromisso, tiveram início durante a pandemia, sendo que só 3% se mantêm

Não poderíamos dedicar um artigo ao amor sem falar do estado civil, “mas, sem compromisso”. Referimo-nos, a quem teve nos últimos 6 meses, um ou vários relacionamentos amorosos sem compromisso (10,4% dos inquiridos) e os que assumem, estar atualmente, em um ou em vários relacionamentos amorosos sem compromisso (3% dos inquiridos). A maioria destas relações (88,9%) tiveram início durante a pandemia, sendo que só 3% ainda se mantêm.

As pessoas pertencentes a este “estado civil” afirmam ter conhecido os seus (ex) parceiros essencialmente através de uma app de encontros (ex: Tinder, Flirt, Grindr), socialmente ou numa terceira hipótese, era uma pessoa com quem mantinham uma amizade há algum tempo. Acreditamos que para quem prefere um relacionamento sem compromisso, a pandemia não foi impedimento para conhecer novas pessoas e de estar com as mesmas fisicamente.

Voltemo-nos agora para os “completamente in love”, os que estão atualmente num relacionamento amoroso. Para sermos mais específicos, representam 55,2% dos inquiridos. A esmagadora maioria não teve início durante o período da pandemia.

Das pessoas que atualmente mantêm uma relação, 48,6% não residem atualmente com o seu parceiro. Estas últimas afirmam que a maior dificuldade que sentiram durante os períodos de confinamento foi o afastamento físico, o pouco ou nenhum tempo dedicado ao parceiro e ainda houve quem referisse o facto de não haver possibilidade de fazer programas a dois. Estes inquiridos afirmam que de uma forma geral e apesar da pandemia e dos períodos de confinamento, os seus relacionamentos mantêm-se igual.

Mas de uma forma geral, a maioria sente que a pandemia foi benéfica para a sua relação.

Quanto aos casais que partilham atualmente a mesma casa, os que dizem ter sentido problemas relativos à existência da pandemia, referem a existência de alguma ansiedade ou irritabilidade, desequilíbrio ao nível do desempenho das tarefas domésticas, desacordo mais do que o habitual e há ainda quem tenha referido a falta de socialização e de fazer programas a dois fora de casa. Mas de uma forma geral, a maioria sente que a pandemia foi benéfica para a sua relação.

Relativamente à atividade sexual destes casais, 61,1% afirma que não houve alterações, 27,8% refere que foi mais ativa e apenas 11,1% considera ter sido menos ativa.

Posto isto, só nos resta concluir com as ideias principais deste artigo, e esperar que a COVID nos deixe em paz, para podermos viver o amor de forma livre, com ou sem compromisso.

  • Pessoas que não têm nenhum tipo de relacionamento há mais seis meses culpam a pandemia por os impossibilitar de conhecer novas pessoas;
  • Inquiridos que terminaram as suas relações há menos de seis meses afirmam que foi a pandemia que não permitiu manter as suas relações;
  • Os relacionamentos sem compromisso que os inquiridos afirmam ter ou ter tido nos últimos seis meses, surgiram maioritariamente durante a pandemia, sendo que só 3% se mantém;
  • A pandemia não foi impedimento para conhecer novas pessoas, exceto para 17,9% dos inquiridos;
  • A maioria das relações amorosas com compromisso que ainda permanecem, não tiveram início durante o período da pandemia,
  • Durante os períodos de confinamentos, os relacionamentos à distância sofreram essencialmente pelo afastamento físico;
  • De uma forma geral, os casais que moram juntos consideram que a pandemia foi benéfica para a sua relação.
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We are f** back!!!

Para quem nos acompanha desde o primeiro dia do headshake sabe que a sua criação surgiu de uma necessidade pessoal e interpessoal de comunicarmos o que sentíamos, o que vivíamos e como os nossos olhos entendiam o mundo que nos rodeia. Passado seis anos, com algumas pausas pelo meio, o nosso propósito continua o mesmo, no entanto, é agora mais confiante e determinado em seguir quebrando preconceitos, despertando a curiosidade sobre diversos temas e em partilhar a nossa visão do mundo.

Vivemos tempos novos e desafiantes, onde temos sido postos à prova em cada passo que damos. Um momento complexo, difícil, mas que seguramente, se traduzirá em uma nova forma de estar em sociedade. O headshake não é imune nem alheio a estas mudanças, e por isso, aproveitamos para refletir sobre as nossas causas e valores, redefinir a nossa missão e renovar a nossa imagem e mensagem.

Agora de casa arrumada, queremos continuar a oferecer sugestões e dicas de bem-estar, a partilhar viagens e experiências, a sensibilizar para os temas da atualidade, a trazer novas tendências e acima de tudo a quebrar barreiras e a diminuir as distâncias . Acreditamos que em união somos capazes de construir algo novo e inspirador, cada um do seu jeito e na medida certa no sentido da igualdade social, cultural e política.

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Travel Post #20 – Terceira, Açores

Quando o bichinho das viagens morde, já não há volta a dar! E, quando esse bichinho tem uma paixão pelos Açores, mais tarde ou mais cedo a volta ao arquipélago é inevitável.

Há dois anos fiz uma pequena paragem na ilha Terceira, mas foi só de passagem, uma vista de olhos muito breve em Angra do Heroísmo e Praia da Vitória. Fiquei com uma vontade enorme de voltar.

Desta vez a companhia foi a minha mãe, ela já conhecia São Miguel, achei por bem dar-lhe a conhecer a beleza do grupo central dos Açores.

Estivemos na ilha 4 dias e foi uma aventura pegada!

Acabadinhas de chegar à ilha, fizemos uma breve paragem na Praia da Vitória, observar o mar sereno e a areia negra. Já em Angra do Heroísmo, comecei por dar a conhecer à minha mãe as maravilhosas Lapas, que delícia, que saudades que eu tinha daquela sétima maravilha das ilhas.

O primeiro dia foi reservado para uma volta à cidade de Angra do Heroísmo. Fizemos tudo a pé com o mapa que pedi no Turismo com todos os pontos importantes.

Que cidade linda de morrer! Desde o Alto da Memória, à Fortaleza São Sebastião, a Marina, a Rua Direita com as suas varandas tão singulares e, claro, o Vasco da Gama.

O cansaço da viagem e do passeio a pé já acusava, portanto o Monte Brasil ficou para o dia seguinte.

Segundo dia na ilha e seguimos rumo à Fortaleza de São João Baptista. Esta fortaleza é um monumento militar de grandes dimensões, situado no Monte Brasil, um antigo vulcão extinto, que forma uma península na costa sul da cidade de Angra do Heroísmo, e duas bonitas baías (a de Angra e do Fanal), e seria parte dominante de um conjunto de fortificações que visavam a protecção de Angra do Heroísmo.

O Monte Brasil subimos todo a pé, tem vários trilhos que levam às várias pontas. Se estiver minimamente limpo conseguimos ver a ilha de São Jorge ao longe.

Para explorar o resto da ilha já é necessário carro. Decidimos dar a volta à ilha por fora começando nas Cinco Ribeiras, Santa Bárbara, subimos um pouco até à Lagoa das Patas, Miradouro do Raminho, passando por várias piscinas naturais até chegarmos a Biscoitos, zona balnear da ilha, linda sem igual e convidativa a mergulhos.

Mais um pouco e chegamos à Praia da Vitória, para um mergulho ao pôr do sol, subida ao Miradouro da Santa do Facho e para comer mais um prato típico da ilha, a Alcatra.

No terceiro dia fomos espreitar o Jardim Duque da Terceira, fica mesmo no centro de Angra mas escapou-nos no primeiro dia quando demos a volta à cidade.

O tempo neste dia estava pouco simpático, escuro, muitas nuvens, alguma chuva. O que tínhamos programado para este dia era visitar o centro da ilha, os pontos mais altos, as furnas e as grutas. A primeira tentativa de ver alguma coisa foi falhada, o nevoeiro era imenso, portanto decidimos descer novamente e ir até São Mateus da Calheta comer um belo peixe e mais um marisco característico das ilhas, as Cracas. O restaurante foi o Beira Mar, super recomendo, a comida e a simpatia.

As grutas só abrem às 14h, portanto, decidimos fazer nova tentativa nas Furnas de Enxofre, já não chovia e estava mais limpo portanto conseguimos fazer o trilho sem problemas e conseguimos ver tudo.

Depois fomos até ao Algar do Carvão, Gruta do Natal e Lagoa do Negro.

O Algar do Carvão situa-se no coração da ilha Terceira, no interior da Caldeira Guilherme Moniz, mais propriamente dentro de um vulcão adormecido, constituído por um cone vulcânico com cerca de 90 metros de altura, contendo no seu interior também uma lindíssima lagoa de águas cristalinas e tranquilas a cerca de 100 metros de profundidade. É algo a não perder para quem vai à Terceira, é de uma beleza inexplicável.

A Lagoa do Negro, é pequena mas tão serena, onde se ouvem apenas as árvores ao sabor do vento, fica junto à Gruta do Natal.

A Gruta do Natal pertence à Reserva Florestal Natural da Serra de Santa Bárbara e Mistérios Negros, toda a extensão foi composta por lavas fluídas que tomaram direcções diferentes, que deram origem ao túnel de lava. A Gruta teve outros nomes, mas ficou oficialmente com este nome a 25 de Dezembro de 1969, no seguimento de uma missa de Natal celebrada no local e aberta ao público.

Terminada esta parte da ilha decidimos ir ver o que nos restava da costa. Seguimos até Serretinha onde se consegue observar na perfeição os Ilhéus das Cabras.

No último dia já faltava pouco para ver, era dia de descontrair mais, despedir da cidade de Angra e das Lapas.

O dia estava lindo, céu praticamente limpo. Fomos ao Queijo Vaquinha, provar os queijos da ilha e lá há um pequeno miradouro no qual se conseguia ver perfeitamente São Jorge e um bocadinho do Pico.

Seguimos então para o ponto mais alto da ilha, a Serra de Santa Bárbara, com 1 021 metros de altitude. No caminho muito cuidado com o trânsito tão característico das ilhas, as vaquinhas, elas têm sempre prioridade.

Valeram a pena as várias tentativas de ir à Serra de Santa Bárbara, consegue ver-se praticamente toda a ilha. O Monte Brasil que parece agora tão pequeno, os Ilhéus das Cabras e, mais uma vez, São Jorge.

Para o fim deixamos a Serra do Cume. Eleva-se a 545 metros de altura e tem vista privilegiada para a cidade da Praia da Vitória e sua baía, a Planície das Lajes, a imensa planície e sua vegetação, além dos muros naturais de pedra.

As planícies do interior da ilha são conhecidas pelas suas “mantas de retalhos”, nome dado aos quadriláteros separados pelos muros de pedra vulcânica que abrigam as plantações das culturas locais, e que chamam muito a atenção pela sua forma geométrica.

A Serra do Cume é sem dúvida um dos meus locais favoritos da ilha Terceira.

Foram 4 dias de muitas aventuras com aquela nossa falta de orientação do costume, sem dúvida trouxemos o coração cheio. Espero que tenhas gostado Mãe, obrigada pela companhia nesta aventura! Que venham muitas mais!

Adoro os Açores, mas este grupo central tem um lugar especial no coração.

5 ilhas já estão, faltam 4…até breve Açores!

~ Coleccionando momentos…! ~

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Travel Post #19 – Barcelona


Eu e a minha irmã no nosso aniversário gostamos de fazer algo diferente, passear, conhecer coisas novas, levar a nossa mãe a tirar férias depois das férias para poder descansar destas andanças. Na passagem para os 30 decidimos ir fazer uma visita a nuestros hermanos, e a cidade escolhida foi Barcelona.

Era uma viagem que estava na bucket list há muito tempo, mas era adiada por “ficar aqui ao lado”.

Barcelona surpreendeu e muito, já tinha ouvido falar maravilhas da cidade, mas até superou expectativas. É uma cidade super completa, há um envolvimento da história e cultura com as artes, há o movimento de uma cidade grande e depois o ar relaxado da praia.

Chegámos bem cedo e decidimos ir explorar a zona de Montjüic.

Montjüic é uma colina na qual se encontra o castelo, tem uma vista privilegiada do porto de Barcelona e da zona antiga da cidade.

Depois de atravessarmos o jardim de Montjüic e de subirmos um bocadinho (bem grande), chegámos ao castelo. A vista é realmente fantástica lá de cima, passeámos, aproveitamos a vista sentadas no cimo do castelo e deu tempo até para uma gaivota ficar com metade do meu lanche.

Castelo visto descemos até ao Estádio Olímpico, depois pela escadaria do Museu Nacional de Arte da Catalunha até à Plaça Espanya.

Escolhemos este lado da cidade porque havia espectáculo na Fonte Mágica de Montjüic nessa noite. Fica a dica, vejam os dias e horários em que há este espectáculo, vale muito a pena, junta a beleza das fontes de água, com as luzes e a música. Se quiserem ver bem de perto têm de ir cedo porque este espectáculo junta uma verdadeira multidão. Ah! E cuidado com as carteiras.

No segundo dia fomos até ao Passeig de Gràcia.

O Passeig de Gràcia fez-me muito lembrar os Campos Elísios, mas em bonito. Avenida gigantesca que começa na Plaça da Catalunya e termina no Barri de Gràcia, foi projectado para as famílias mais ricas, que competiam umas com as outras para ver quem tinha a casa mais espectacular. Tem, sem dúvida, uma arquitectura de cortar o fôlego e é aqui que se encontram as lojas de marcas de luxo.

Aqui, encontram-se também duas jóias de Antoni Gaudí, La Pedrera (Casa Milá) e a Casa Batló. Não entrámos em nenhuma porque o tempo não dava para tudo, fica para uma próxima visita, mas apreciámos a beleza singular da La Pedrera e a Casa Batló ficou mesmo pela imaginação, estava completamente tapada por estar em obras.

Seguimos então caminho, para a mais preciosa obra de Antoni Gaudí, a Sagrada Família.

Gaudí queria que a Sagrada Família fosse um grande monumento a Deus, mas também um ponto de referência em Barcelona e, todas as obras que fez em Barcelona, foram com o objetivo de trazer novas ideias e aperfeiçoar este templo.

A Sagrada Família divide-se em 3 fachadas: Nascimento, Paixão e Glória, e espera-se que até 2026 esteja completamente pronta, para as comemorações dos 100 anos da morte de Antoni Gaudí.

Confesso que o interior da Sagrada Família não me fascinou, sim tem vitrais bonitos, Gaudí era sem dúvida uma mente brilhante da arquitectura, mas acho que o exterior, esse sim, é o mais bonito do templo.

No terceiro dia fomos até ao Arco do Triunfo, Parc de la Ciutadella e Barri Gòtic.

O Parc de la Ciutadella encontra-se no coração da cidade e é um dos parques mais importantes de Barcelona. Conta com extensas áreas de jardins, o Castelo dos Três Dragões que é atualmente o Museu de Zoologia, o Parlamento da Catalunha, a Fonte Monumental, árvores, um lago, uma estufa e o Zoológico de Barcelona.

Este parque é um lufada de ar fresco no meio da cidade, uma imensidão de verde em que apetece estender a toalha e fazer um piquenique.

O Barri Gòtic parece outra dimensão, com ar medieval, parece que entramos na idade média, e não é por acaso, foi aqui que a cidade nasceu.

Aqui passeámos por todo o bairro e conhecemos a Catedral de Barcelona, é lindíssima, e vale muito a pena subir ao topo da catedral. Claro está que eu só subi porque era de elevador e porque lá em cima até era aparentemente seguro, mas valeu a pena pôr os medos das alturas de lado e apreciar a bela paisagem de Barcelona, desde o castelo até à praia.

Neste bairro há também a Basílica de Santa María del Mar que fica num largo pequeno e lindíssimo.

O quarto dia ficou guardado para explorar melhor a Plaça da Catalunya, Las Ramblas, o Mercado La Boqueria, o Porto de Barcelona e a Praia de La Barceloneta.

As Ramblas têm um movimento constante de tirar o fôlego, parece que a multidão nos vai engolir a qualquer momento, é fantástico.

O Mercado La Boqueria é daqueles sítios que não se pode mesmo falhar numa visita a Barcelona. As cores, a fruta, o movimento, o cheiro a comidinha acabadinha de sair, simplesmente espectacular, e é tudo delicioso.

No topo das Ramblas, quase a chegar ao Porto do lado esquerdo num pequeno beco, há um bar que vale a pena espreitar. Entramos numa realidade paralela, um bosque encantado, chama-se El Bosc de les Fades.

Aquelas avenidas do Porto de Barcelona, tão perto do Barri Gòtic e tão, mas tão diferente. É isto que eu adoro naquela cidade, mudamos de rua e parece que mudamos de cidade.

No Porto de Barcelona está o Mirador de Colom, construção em homenagem ao navegador Cristovão Colombo, e vale um passeio por todo o Porto no qual se podem ver embarcações de todos os tamanhos e feitios, deste o pequeno iate ao grande navio.

Do Porto até à praia a caminhada não é grande e faz-se muito bem. É mais uma realidade de Barcelona.

Rondavam os 19 graus, eram cerca de 16h de um dia de semana e a praia estava cheia de gente. Alguns faziam praia como se estivessem 30 graus, outros aproveitavam para passear, andar de bicicleta, parecia um de verão.

O último dia era mais curto por causa da viagem, então decidimos deixar este dia exclusivamente para o Parque Güell.

O Parque Güell teve como seu principal mecenas Eusebi Güell, um rico empresário apaixonado pelas obras de Gaudí. Embora a ideia principal fosse a construção de um conjunto residencial de luxo, com o passar dos anos essa ideia foi abandonada e em seu lugar foi construído um parque digno do cenário de um conto de fadas.

O parque é mágico, coberto de formas onduladas, colunas que parecem árvores, figuras de animais e formas geométricas. A maior parte das superfícies estão decoradas com mosaicos feitos com pedaços de cerâmica coloridos. Gaudí inspirou-se nas formas da natureza e fez do parque uma impressionante criação.

Do parque subimos mais um pouco até ao Mirador de Joan Sales, outra vista que não se deve perder.

Barcelona foi sem dúvida uma cidade que apaixonou, as pessoas, o movimento, a diversidade, a cultura, a arte, as tapas, a cerveza, a paella, a sangria cava…só ficou mesmo a faltar o Camp Nou, numa próxima visita!

E foi assim a chegada aos 30, mais uma aventura, 5 dias fantásticos. Que venham mais aventuras e já a pensar onde ir nos 31!

~” Todo sale del gran libro de la naturaleza” ~

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TRAVEL

Travel Post #18 – Polónia e Alemanha

Para começar bem o ano vale recordar a última viagem de 2018!

Um ano cheio de aventuras teria de terminar com mais uma…10 dias fantásticos, 2 países, 5 cidades!

A primeira paragem foi em Varsóvia, cidade que não inspirava muita expectativa porque sempre me lembro de ouvir “não percas tempo a ir lá, é só prédios”. Na verdade Varsóvia é uma cidade bastante movimentada e realmente com muitos prédios, mas a zona histórica é encantadora.

Começámos por percorrer a Rua Nowy Świat, onde se encontram os restaurantes e algum comércio de rua, passamos no Palácio Presidencial, alguns jardins e finalmente chegamos à Praça Zamkowy, onde está o Castelo de Varsóvia, muito diferente dos nossos.

Percorremos o Barbican (Muralha que separa a Cidade Velha da Cidade Nova) onde se encontrava o Monumento do Pequeno Insurgente e fomos até à Praça do Mercado onde está a famosa estátua da Sereia.

O Palácio da Cultura e da Ciência, acabou por ser referência de orientação, por ser o edifício mais alto de Varsóvia, ali perto ficava um jardim gigante com umas cores de Outono lindíssimas.

Fomos ao POLIN Museu da História dos Judeus Polacos, que está situado no Muranów, o bairro onde viveu a comunidade judaica até os nazis o reconverterem no gueto na Segunda Guerra Mundial. Este museu dá-nos uma perspetiva do que foi a vida dos judeus ao longo dos tempos.

Por fim fomos até ao Jardim Sajón, onde se encontra o Túmulo do Soldado Desconhecido de Varsóvia no que resta do Palácio Saxão que no passado abrigou o Ministério da Guerra Polaco. O túmulo está sempre guardado por dois soldados e tem um tocha que nunca apaga. Os polacos são um povo extremamente patriota.

Em Varsóvia estivemos dois dias e chegou para ver tudo com calma.

A aventura continuou até Breslávia. Ficámos lá duas noites e um dia e senti que foi pouco. É uma cidade de bonecas, encantadora, maravilhosa, podia estar o dia todo nisto. Amei!

Breslávia é conhecida pelos inúmeros gnomos espalhados pela cidade, são mais de 200, têm cerca 30cm de altura e até há visitas guiadas só para os encontrar.

A cidade está divida em ilhas e faz-se lindamente a pé, rapidamente chegamos a todo o lado.

Começando na Praça do Mercado, passando pelas casinhas coloridas que parecem todas saídas de um filme medieval, o Plac Solny (Mercado das Flores) aberto 24h sempre com flores lindas. A Casa inspirada da história do Joãozinho e a Mariazinha, a Ilha da Catedral, onde se encontra a universidade e o jardim botânico e a Ponte Tumski.

No caminho fomos encontrando os famosos gnomos, que por norma estão relacionados com o sítio onde estão localizados. Na última noite fomos jantar a um restaurante que encontrámos por acaso, perdidas pelas ruelas, o Konspira. Tem uma decoração inspirada na guerra e foi talvez o sitio onde comemos melhor em toda a viagem. Recomendo!

Para terminar a Polónia, não poderia faltar a bela Cracóvia.

Sempre com chuva e o frio a acompanhar, fomos até à Rynek Główny (Praça do Mercado), super movimentada, onde tudo acontece dia ou noite, frio ou não. No centro desta praça medieval está o Sukiennice, um mercado onde se podem encontrar todo o tipo de lembranças da Polónia.

Na Praça de Cracóvia está também a Cabeça de Eros e a Igreja em que de hora a hora vêm tocar corneta nas janelas a toda à volta.

Fomos até ao Castelo Real de Wawel, onde algures perto da muralha está uma estátua de um dragão que de x em x tempo cospe fogo.

A cidade de Cracóvia está dividida em dois centros, há o centro da Praça do Mercado e há o Centro Judeu, onde também podemos encontrar um mercado com doces típicos da Polónia, cujo o nome não me recordo mas eram maravilhosos, e lembranças várias. Esse lado da cidade é o Bairro Judeu.

Nesse lado encontramos a Praça dos Heróis do Gueto, é uma praça cheia de cadeiras. Esta praça principal do gueto é onde eram seleccionados os judeus que iriam ser transportados para o campo de concentração.

A Fábrica de Oskar Schindler também é deste lado da cidade, mas não conseguimos visitar porque estavam os bilhetes esgotados, tive muita pena, fica a dica que será melhor comprar com antecedência. Nas janelas da fábrica estão as fotografias de todos os judeus que Schindler salvou.

Duas visitas que têm de estar marcadas quando se vai à Polónia são aos campos de concentração Auchwitz – Birkenau e às Minas de Sal. Nós optámos por uma tour de um dia completa.

As Minas de Sal já estão desactivadas e agora servem apenas de museu. Têm uma profundidade superior à altura da Torre Eiffel (coisa que soubemos já estando lá nas profundezas) e nós andamos sempre rodeados de sal, chão, paredes, tudo. Mais ou menos a meio da tour, há uma catedral toda feita em sal, é espectacular.

Auchwitz – Birkenau ficou para a parte da tarde. Não tenho palavras para descrever o que se sente naquele sítio, o que se ouve, o que se vê. Já vi vários filmes que mostram o que por lá se passou, mas estar lá, ver aquelas fotografias todas das pessoas que lá morreram, os nomes, as coisas deles.

Mas Birkenau foi o campo que mais me impressionou. Fomos mesmo ao pôr do sol, o que lhe deu um ar ainda mais pesado. É um campo gigantesco (o maior que existe), aquele ar gelado, um silêncio arrepiante, e aquele cheiro, aquele cheiro que nem sei descrever. Eu queria ouvir o que a guia dizia mas ao mesmo tempo só queria sair dali, era impossível conter lágrimas.

Vale a pena ir, sem dúvida, mas os mais sensíveis preparem essas emoções.

Apaixonei-me completamente pela Polónia, foram 3 cidades tão diferentes e cada uma mais maravilhosa que a outra, quero muito voltar para conhecer mais.

Deixámos a maravilhosa Polónia para uma aventura na Alemanha, mais duas cidades nos esperavam.

A primeira cidade foi Berlim. Já tinha ouvido tanta coisa diferente de Berlim, estava muito curiosa.

Começámos pela Alexanderplatz, a praça mais movimentada de Berlim, onde estão os shoppings, animação de rua, noite e dia, e a tão conhecida Torre de TV, que se vê da cidade toda.

Mais para o centro da cidade é o Reichstag (parlamento alemão), aqui há uma vista panorâmica da cidade, que deve ser agendada em bundestag.de, mas com bastante antecedência, nós já não conseguimos vaga.

Mesmo ao lado do parlamento é a Porta de Brandemburgo, que ao ser atravessada dá acesso ao Großer Tiergarten (Parque Tiergarten), um parque lindíssimo que merece um passeio.

O Memorial do Holocausto fica também logo ali, faz lembrar um cemitério, um tanto ou quanto arrepiante.

Por toda a cidade se vai vendo pedaços do Muro de Berlim, mas vale a pena andar um pouco mais para ver a East Side Gallery (galeria a céu aberto de pinturas no Muro de Berlim), mas já lá chegamos.

No caminho para esta maravilhosa galeria a céu aberto, passámos no Museu Topografia do Terror, está localizado onde, durante o regime nazi, ficava a sede da Polícia Secreta. A exposição ao ar livre é intitulada “Berlim 1933–1945 mostra e ensina em detalhes tudo sobre este capítulo triste da história.

Um pouco mais à frente é o Checkpoint Charlie.

O Checkpoint Charlie era um posto militar na fronteira entre Berlim Ocidental e Oriental durante a Guerra Fria, localizava-se na junção das ruas Friedrichstrasse com Zimmerstrasse e Mauerstrasse, ligando o setor americano com o setor soviético. Após a construção do Muro de Berlim as autoridades da Alemanha Ocidental construíram este posto para servir como um ponto de controle para registrar a passagem de membros das Forças Aliadas e diplomatas estrangeiros entre a Alemanha Ocidental e a Alemanha Oriental. Hoje em dia está apenas lá representado mais para turista ver, de qualquer forma estão lá mapas que nos mostram tal e qual como estava tudo dividido naquela altura.

Chegando finalmente à East Side Galary as pernas já ardiam, Berlim é toda plana, pede mesmo para ser visitada a pé, mas ao fim do dia já pesa.

A East Side Gallery é uma galeria de arte ao ar livre situada em uma secção de 1.113 metros, no lado leste do antigo muro de Berlim, que foi preservado da demolição. Localizado ao longo das margens do rio Spree é considerada a galeria de arte ao ar livre de maior duração no mundo. Lá podemos encontrar obras de todos os géneros, vale muito a pena percorrer todo o muro, até porque a obra mais conhecida está no fim.

Deixámos para o fim a Ilha dos Museus, a imponente Catedral de Berlim, e Nikolaiviertel.

Para ver os museus com calma são precisos mais dias, nós ficámos apenas três, mas nós passeámos por toda a ilha dos museus e é um local maravilhoso, todos estão divididos por pequenas pontes, com mercados de rua, imenso movimento.

Nikolaiviertel é a Berlim Antiga, um pequeno bairro medieval nas margens do rio Spree e perto da Rotes Rathaus (Câmara Municipal) e da Catedral de Berlim. É a zona mais antiga de Berlim, sendo aqui que a cidade se originou. Na Idade Média, esta área era uma rota de comércio, os comerciantes e artesãos estabeleceram-se ali, na junção do rio Spree com a estrada. É uma área com várias lojinhas, cafés e restaurantes super giros e agradáveis que nos remete para uma Berlim do século 13.

Deixámos Berlim numa manhã gelada com o jardim da Alexanderplatz carregadinha de corvos e chegámos a Hamburgo com uma sensação térmica de inverno.

A Hamburgo já chegámos cansadas mas mesmo assim não abdicámos de andar a pé pela cidade toda. Um dia e meio chegou e sobrou para vermos tudo o que queríamos.

Começámos pelo Lago Binnenalster, um lago artificial no centro da cidade, em que vale a pena dar um passeio a toda à volta.

Seguimos para a Rathausführung (Câmara Municipal) para mim o edifício mais bonito de Hamburgo, passámos pelo Memorial St. Nikolai, uma greja gótica em ruínas desde a Segunda Guerra Mundial e pela Hauptkirche St. Jacobi, uma das igrejas alemãs do Caminho de Santiago.

Entretanto decidimos ir aos locais mais longe logo no primeiro dia para irmos com calma, então lá fomos até Speicherstadt, o maior bairro de armazéns do mundo construídos sob alicerces de madeira. Foi construído entre 1883 e 1927.

Deichstrasse é uma das ruas mais antigas do AltStadt, com os seus canais e prédios típicos e característicos quer em geometria, quer em cor do Norte da Alemanha. Muito perto do zona dos armazéns, que tem a mesma coloração. Grande parte foi destruída por um incêndio de grandes proporções nos finais do séc XIX mas foi reconstruida e hoje é uma das atracções de Hamburgo.

Andando mais um pouco chegamos ao Porto de Hamburgo, a “dois passos” do Bairro Português onde vemos cafés e restaurantes com nomes portugueses e onde tomámos um café como deve ser e um pastel de nata, tão bom.

Consoladinhas e depois de descongelar um pouco fomos até ao Fischmarkt de St.Pauli, mercado de peixe da Hamburgo, mas estava fechado só vimos por fora.

Depois entramos para Sankt Pauli pela Beatles Platz. Sankt Pauli é um bairro muito particular, já passámos lá de noite e se não tivesse tanto movimento acho que teria um certo medo. Característico pelas variadíssimas casas de prostituição, pelo clube de futebol um tanto arruaceiro, gente estranha, o teatro e a esquadra da policia.

Acabando a volta do dia passámos ainda pela Igreja de Sankt Michaelis.

No último dia de viagem decidimos voltar ao centro e visitar o que faltava.

Passeámos na Alsterarkaden, rua das lojas e restaurantes à beira rio, fomos ver a Hauptkirche Sankt Petri, igreja mais antiga da cidade, enfim demos mais umas voltinhas por ali nas calmas a aproveitar os últimos cartuxos desta viagem maravilhosa.

10 dias..

2 países…

5 cidades…

Que viagem!

Obrigada Andreia por teres voltado à Polónia connosco, devias ter vindo à Alemanha também! Cátia, que viagem incrível vamos marcar o próximo destino agora!

~Traveling is like flirtingwith life. It’s like saying, ‘I would stay and love you, but I have to go; this is my station.’ ~

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