Durante alguns dias, hoje, a noite tão esperada e que marca o cinema, é noite de entrega de Óscares pelas melhores produções e interpretações. Mas muita história parece ficar nos bastidores.
Com algumas experiências em película, o cinema dava os primeiros passos, nem sempre reconhecido como arte, mas cada vez mais criativo e aprimorado. A necessidade de premiar os melhores no cinema era cada vez mais evidente. E é precisamente neste sentido que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, decide criar o óscar.
Ora numa noite de reconhecimento, em que o cinema é maior, algo de estranho se passa nesta tarde, nesta e em todas as tardes de domingo há já alguns anos (sim parece que nem vai à muito tempo). Hoje, mais uma vez, chega ao pequeno ecrã uma boa tarde de entretenimento, com playbacks e conversa, muita conversa, entrevistas onde pouco se aprende e um número que o apresentador incessantemente e com ar de preocupado teima em convencer o espectador a ligar. Um formato barato, vazio de conteúdo, de essência televisiva mas que (in)felizmente garante um número bem redondo em audiências. E como se um não bastasse, a “caça” ao ridículo é servido em dose dupla, dois programas iguais em simultâneo.
Mas não é necessariamente isto, ainda que suficiente, me revolta hoje e em todas as tardes de domingo. O que me deixa triste é saber que estes programas fúteis retiraram lugar às verdadeiras tardes de entretenimento onde, muitas vezes em família, assistíamos ao “filme de domingo à tarde”. Similares, sempre com um final feliz e mesmo que repetidos, continuávamos a ver à mesma, afinal de contas todos, eram sempre narrativas pedagógicas e a todos fazia bem, sobretudo, aos mais novos (um dois em um, cinema mais ensinamento).
Serões de tarde que sem grande qualidade cinematográfica seriam seis horas mais bem empregues em vez de programas que só são lixo televisivo. Pelo menos esta noite é digna de vénias à sétima arte.
~ Um chá e algum entretenimento ~