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Sociedade, essa raça louca

Há pouco tempo estava eu a ler um artigo no Público, relacionado com a pressão dos vinte e poucos anos, e comecei a refletir sobre esta idade que tudo coloca em questão e em que somos obrigados a seguir determinados padrões impostos pela sociedade. Somos pressionados a toda a hora: temos de ser os melhores, decidir o que fazer profissionalmente para o resto da vida, preencher os requisitos para sermos bem sucedidos a nível amoroso: ter um(a) namorado(a) parece até ser quase tão importante como respirar.

Felizmente há ainda quem acredite que a felicidade não passe só por aí, mas sim na relação que temos connosco próprios e na expansão de novos horizontes através de viagens alucinantes pelo mundo. Mas, na maioria, todos queremos parecer os “certos”. Vivemos numa corrida incontrolável para atingir uma meta que não sabemos muito bem qual é. Seguimos padrões que, no fundo, nem sequer concordamos. Queremos parecer  os melhores. Mostramos os sorrisos e escondemos as lágrimas. Partilhamos com os outros uma vida equilibrada ao mesmo tempo que estamos cada vez mais longe de nós próprios.

Competimos desalmadamente por um emprego, muitas vezes, precário: sabemos que temos de começar por algum lado. E para o conseguirmos fazemos de tudo. Queremos dinheiro, diversão, um(a) companheiro(a). Há até quem fique por um namoro de longa data por uma questão de comodismo. “Agora já é muito tarde para mudar”. E assim se vive numa aparente felicidade, composta pelo cinismo dos dias que correm sem sentido. E assim vamos caminhando mais distantes dos outros. Cada vez mais longe dos nossos sonhos. Cada vez mais sem questionar. Cada vez mais estúpidos e comodistas. Olhamos para o nosso umbigo só e apenas. Já nem amigos de verdade somos. Somos falsos e mesquinhos. Dizem que este é o melhor período da nossa vida, mas estragamos tudo com a puta da conveniência.  

Cada vez somos menos livres. Pensamos de acordo com esta sociedade maluca. Queremos seguir a norma, para não sermos expulsos dessa dita sociedade, “essa raça louca”, que destrói sonhos. Enquanto não pararmos de viver ambiciosos com os sonhos que a sociedade faz por nós, jamais seremos livres. Mas afinal, o que é a liberdade? É o pensamento a escorrer para fora das normas, das pessoas, das multidões que nos sufocam e que não nos deixam ser nós próprios. Esta sociedade maluca que nos vai ofuscando e camuflando o nosso verdadeiro instinto. 

Já pensaram como nos vamos manter depois da máscara cair? Sim, a máscara vai cair. Ela é bonita, mas só aos olhos dos outros. Aos nossos, o placar de suporte vai-nos partir ao meio e nós vamos cair com ele. Somos um paradoxo entre a liberdade de nós próprios e a liberdade falsa de uma sociedade utópica que continuará a dissolver todos os nossos sonhos mais puros, inocentes e bonitos, toda a nossa alma que teima em se esconder dentro de nós e que dificilmente sairá cá para fora. 

Mas…há ainda quem dê o Grito do Ipiranga. Há quem viaje, quem goste da própria companhia, há quem rume a projetos de voluntariado para outros países, há quem VIVA de acordo com a própria alma. Há ainda quem troque as regras do jogo. 

Há ainda quem se atreva a ser livre sem ti, ó sociedade louca!

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~ Mil chás de liberdade ~

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