Estamos em pleno Século XXI e a igualdade de sexos ainda não existe. Parece até que parámos no tempo e continuamos a difundir uma mensagem de igualdade na rua, mas chegamos a casa, a porta fecha, e o espectáculo é exactamente o mesmo. A mulher na cozinha, no meio de panelas e biberons para alimentar os filhos e o marido.
Não quero ser hipócrita e sexista ao ponto de afirmar que os homens não ajudam em casa. É verdade que já existem muitos homens (os mais evoluídos) que perceberam que precisam de ajudar e comprometem-se com estas tarefas tal como as mulheres sempre fizeram.
No entanto, mesmo sabendo da existência destes homens, deparamos-mos com estudos do INE, como o que foi divulgado à cerca do último trimestre em Portugal, onde percebemos que nada mudou e que, em média, as mulheres ganham menos 142€ que os homens.
A história entristece e ridiculariza-se quando olhamos para os órgãos estatais, como por exemplo, as Forças Armadas. Aqui a diferença salarial entre homens e mulheres é e 43% a favor deles, claro! Podemos tomar, ainda, o exemplo do grupo profissional mais bem pago da economia “representantes do poder legislativo e de órgãos executivos, dirigentes, directores e gestores executivos”, neste grupo, os homens ganham 1.595€ em média; as mulheres 1.406€. A discrepância chega a 13%.
Mas não acaba por aqui, no que diz respeito a médicos e professores, eles ganham em média 1.393€, e elas apenas 1.203€. A dispersão atinge aqui 16% a favor dos homens. A escala continua sempre na mesma direcção: mais remuneração para os homens e menos para as mulheres. Para além disso, quanto mais qualificadas ou bem pagas são as profissões, menos ganham face a eles.
Os números dizem tudo, mas o que realmente é relevante são as razões. O facto da maioria das mulheres ter dois empregos, o emprego onde é remunerada a baixo dos homens e o trabalho doméstico que lhe compete depois de um longo dia de escritório. A gravidez, as doenças dos filhos, as actividades extra curriculares das crianças, a limpeza da casa e o jantar do marido são, em muitas casas portuguesas, tarefa da mulher.
Esta vida desenfreada é a causa para os atrasos na evolução da carreira da mulher, o atraso na formação, a falta de auto-estima e, principalmente, a falta de confiança no seu trabalho. Apesar da maioria das mulheres possuir objectivos profissionais, existe sempre uma dedicação primordial à família e ao lar.
É por tudo isto que ser mulher é ser única, é ultrapassar limites, é reconhecer o que é importante, é fazer sacrifícios, é acreditar no amor, é viver a vida a pensar nos outros, é ser profissional em casa e no emprego…
Esta vida dupla e multifacetada faz-nos esquecer o amor-próprio e de lutar por aquilo que temos direito.
~ As mulheres são um ser único que merece igualdade a todos os níveis ~