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Vodafone Mexefest

Os dias 25 e 26 de Novembro foram chuvosos e frios, mas nós nem notámos, percorremos a avenida da Liberdade de teatro em teatro, de sala de espetáculo em sala de espetáculo e nem os pés molhados e as mãos frias nos fizeram parar, o Vodafone Mexefest foi bom e recomenda-se.

Eram 10 salas, mais de 40 concertos e um leque vasto de artistas e estilos musicais para desfrutar em dois dias. Mais do que nunca, desejamos ser omnipresentes e poder ir e “estar” em todos, mas sabíamos de ante mão que isso não ia ser possível. Quisemos aproveitar os concertos ao máximo e perder o menos tempo possível e por isso fizemos uma pré-seleção do que iríamos ver e traçamos um caminho.

O nosso primeiro dia de festival começou com aquela excitação miudinha de quem deseja abanar o esqueleto ao som de boa música e nunca mais vê a hora “disso” acontecer. O Check-in aconteceu sem problemas, sem filas nem confusões e sem darmos conta voámos para o capitólio que não conhecíamos, mas num instante o descobrimos.

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O primeiro concerto foi Valas, um rapper de Évora que começou agora a dar que falar com o seu primeiro single “As Coisas”. Potencial não lhe falta e talento também não, iremos de certeza ainda encontra-lo em grandes palcos.

Ainda no capitólio, espaço que nos surpreendeu pela sua polivalência, assistimos ao concerto de Mike El Nite, sendo que foi Nerve quem deu os primeiros acordos. Valeu a presença da Capicua como convidada especial, tudo o resto não nos convenceu.

Saímos 10 minutos do capitólio e íamos perdendo Talib Kweli que “mandou” o capitólio a baixo. Tudo nele cativa, as músicas, os gestos, até quando só fala e falou bastante. O público estava vibrante, quem não conseguiu entrar, assistiu de fora, mas nós felizmente vimos tudo de perto e não perdemos “pitada”.

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Antes de deixarmos o capitólio, ainda dêmos um olhinho em Diamond, o som era bom e prometia um concerto “à maneira” mas o Teatro S.Jorge esperava-nos.

CEU, oh ceu que concerto fabuloso. Ainda hoje não conseguimos esquecer o timbre doce da tua voz e as músicas que nos embalaram e deixaram o tempo passar sem darmos por isso. As musicas são leves, as letras são suaves e ficam no ouvido, o corpo quer balançar constantemente. Não é à toa que já és considerada uma das melhores autoras da música brasileira. Felizmente, tivemos oportunidade de te conhecer e de registar o momento.

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O primeiro dia já ia longo, mas faltava a cereja no topo do bolo. Voámos até ao coliseu e terminámos o dia em grande, ao som de Jagwar MA que encheu o coliseu e mesmo quem ainda não tinha abanado o capacete deu por si a abanar o corpo inteiro. As batidas e os ritmos eram contagiantes e era impossível estar parado. Mesmo tendo escolhido Lisboa para o fim da sua tour, Jagwar não mostrou cansaço e “deu tudo”.

A expectativa para o segundo dia era alta, queríamos ir aos locais onde ainda não tínhamos conseguido ir e aproveitar o máximo de concertos possíveis. Fizemos o aquecimento com Meg Baird na Sociedade de Geografia de Lisboa. Não consigo imaginar local mais perfeito para aquela voz melancólica e fina. O espaço é maravilhoso, o público faz “silêncio sepulcral” e a voz da Meg percorre a sala, os nossos ouvidos e chega mesmo a tocar-nos a alma.

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Logo que o concerto acabou, mudámos de sala, mudámos de registo, mudou a sonoridade mas a qualidade manteve-se. Gallant encheu o coliseu de boa música, encheu o palco com os seus movimentos acelerados e encheu os nossos corpos de ritmo. A revelação deste Mexefest não só cativou, como deixou marca. Saímos ainda a cantar, com uma vontade imensa de ficar.

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Retomámos a marcha, desta vez a caminho do Tivoli BBVA para ver Malu Magalhães e foi aqui que a nossa rota se alterou, a fila era tão grande, chovia tanto que decidimos quase em simultâneo procurar abrigo no teatro S.Jorge.

Quando entrámos na sala nem queríamos acreditar, fomos completamente surpreendidas pela Sara Tavares, que como sempre, deu um concerto memorável com ritmos quentes vindos diretamente de Cabo verde, ficamos agradecidas pelo seu Balancê e pela forma como foi cumprimentando o público que saía e entrava constantemente.

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Ainda faltavam alguns minutos para o concerto de Mayra Andrade, mas fizemo-nos à estrada a caminho do capitólio.

Mayra Andrade não era de todo uma surpresa, já conhecíamos o seu talento, a sua musicalidade misturada com crioulo e leveza na voz. Quando já ninguém esperava mais nada, Mayra Andrade com a sua modéstia e humildade natural, confessou não ter nada preparado para o caso do público pedir “mais” e ofereceu-se para cantar à capela, foi sem dúvida um dos momentos mais marcantes deste Mexefest. A sua voz e a mensagem de que o tempo passa milagrosamente e que nos cura das mágoas do passado, deixou o público rendido.   

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Seguimos para o coliseu com a promessa de a voltar a encontrar lá juntamente com Branko que fechou o Mexefest com chave de ouro. O coliseu encheu como já era esperado e fomos inundados com as batidas rítmicas, absolutamente contagiantes. Mayra Andrade surgiu no fim do concerto e mostrou mais uma vez o ar da sua graça.

Despedir-nos do Vodafone Mexefest foi difícil, queríamos mais, pelo menos mais um dia, porque ficaram salas por visitar, salas que só temos oportunidade de ver no Mexefest, ficaram por assistir concertos de bandas e pessoas que certamente nos iriam surpreender.

O evento decorreu sem grandes problemas, tirando uma ou duas filas que nos atrasou ou que nos fizeram mudar de rota. Até capas para a chuva nos deram, só não conseguimos provar a boa da bola de Berlim e o chocolate quente.

“Fazemos uma vénia” à capacidade de ter numa rua uma diversidade musical de tão boa qualidade em salas tão diversas. A originalidade na sinalética e as dinâmicas realizadas numa tentativa de integrar os cidadãos e os visitantes da cidade de Lisboa é de génio.

Melhor do que ter estado neste Mexefest , será voltar a estar presente no próximo!!! We hope so!!!

~um chá dançante ~

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MAAT – A arte, arquitectura e tecnologia com vista para Tejo

A Arte, a Arquitectura e a Tecnologia passam agora a ter mais um lugar na cidade, inaugurado na passada quinta-feira, 30 Junho, MAAT | Museu de Arte Arquitectura e Tecnologia é um novo museu em Lisboa.

Junto ao tejo e na renovada Central Tejo, o novo museu da Fundação EDP  é agora um novo espaço cultural aborda a arte e a cultura contemporânea através do olhar de artistas, designers, e arquitectos que pensam sobre o impacto da tecnologia, o impacto urbano. Com exposições nacionais e internacionais, o MAAT é uma plataforma internacional de olhos e pensamento postos no futuro e no presente e menos no passado.

Situado numa central eléctrica do início do séc. XX e no novo kunsthall concebido pelo atelier londrino Amanda Levete Architects,  o MAAT ergue-se de linhas futuristas e modernas, integrando também, o então,  Museu da Electricidade num espaço único. Sob curadoria de Pedro Gadanho, estima-se um vasto programa exposições temporárias, para já apresenta com duas exposições internacionais, “Lightopia” e “Artists Films Internacional” e outras duas nacionais “Segunda Natureza – Colecção de Arte da Fundação EDP” e “Silóquios e Silóquios”.

Numa combinação de artes visuais e media, arquitectura e cidade, tecnologia e ciência, sociedade e pensamento, pretende-se assim que este projecto cultural seja um espaço para a descoberta, para a reflexão critica e diálogo internacional. O que potencia o MAAT como único no mundo, pois não existe outro onde estas três áreas – arte, arquitectura e tecnologia, se cruzem e se relacionem.

Sendo um projecto ainda em construção, este projecto prevê ainda um restaurante com vista para a ponte 25 de Abril e será possível andar por cima do edifício em forma de concha e de linhas curvas e fluídas. A escadaria exterior descerá até ao Tejo, criando um grande espaço público.

Marcamos agora na agenda o dia 5 de Outubro, data em que será inaugurado os restantes espaços expositivos, como o deslumbrante átrio projectado pela Amanda Levete, do atelier AL_A.

~ um chá entre a arte, arquitectura e tecnologia~

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Uma viagem de comboio pelo Canadá

Entre tantas imagens que vejo durante o dia, entra tanta informação visual, foi a imagem de um comboio que me despertou real atenção. E na procura, encontro-o, The Canadian. Assim se chama o comboio que cruza as paisagens do canadá ao comando da câmera de Jeff Friesen.

O fotógrafo premiado e que já expôs o seu trabalho em todo mundo, levam-nos numa viagem entre Toronto e Vancouver num Streamliner Trem vintage de 1955. O projecto fotográfico intitula-se “The Canadian: Ghost Train crossing Canada” e inicia uma pequena viagem de comboio que nos dá a conhecer o Canadá em paragens simples e originais. Aqui, o comboio cruza pontes, cercas, florestas, lagos e poças, onde as pedras se transformam em grandes fendas e encostas traiçoeiras. Aqui a realidade é um jogo de ilusões verdadeiras. Aqui tudo é real. Aqui tudo é (originalmente) bonito.

Imagens onde nasce a vontade, a vontade de viajar, de conhecer estas paisagens, vontade de ser também miniatura, para se ser também passageiro deste comboio. Um projecto que nos inspira.

Cavendish Shore, Prince Edward Island

Prairie Skyway, Saskatchewan

Rolling Steel, Saskatchewan

Prairie Light, Manitoba

Kouchibouguac, New Brunswick

Cuckold's Cove, Newfoundland

Lake Louise, Alberta

ver projecto na integra

~um chá e uma viagem de comboio ~

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Vodafone Mexefest: a música mexeu a rua e tocou no inusitado!

Estamos em Novembro, já se sente o frio e o verão já deixa saudade, mas desengane-se aquele que pensa que bons festivais são só no verão. Este fim de semana a boa música subiu e desceu a Avenida da Liberdade, o Vodafone Mexefest estava na rua.

Na rua e nas grandes salas de espetáculos da avenida. Na rua porque existia um autocarro que ia para lá do transporte entre os diversos locais, mas que servia também de palco a uma banda que dava as boas-vindas aos festivaleiros. E nas salas, entre igrejas, palácios e até uma piscina, espaços únicos e inusitados que fazem do festival uma mistura heterogénea e uma experiência únicas. E se os festivais de música são muitas vezes um espaço para a descoberta para a nova música, o Mexefest acresce com este conceito de sala em sala outras descobertas, pois destes espaços inusitados, que, por norma, ou são fechados ao público ou não recebem espectáculos. 

Este ano, o festival integrou ainda o Mercado de Música Independente e estreou uma nova sala, Vodafone Blackout Room, com concertos às escuras, apelando aos sentidos, a uma experiência puramente sensorial e imperdível. E sendo um festival que faz mexer muitas salas, existia um autocarro e shuttles à disposição, mas outra novidade foi a app mobile, muito prática e funcional, traçou a nossa rota sonora. Contrariamente aos festivais, este é um festival urbano e portanto, espaços para merchandinsing ou ativação de marca não tem a mesma dimensão, mas ainda assim houve um cachecol vodafone, quentinho e que fazia lembrar o Natal, umas amostras de Black Opium de Yves Saint Laurent e para aconchegar o estômago ofereciam uns pãezinhos com chouriço. Está de parabéns!

Agora e falando de música, entre indie e rock, o que me movia neste festival era (quase apenas) um concerto – O concerto, tinha a certeza de que seria o concerto da minha vida. Benjamim Clementine. O nome já não é estranho, e não é a primeira vez que falo nele e certamente não será a última. Este seria o seu segundo concerto a que assistiria, não fosse tê-lo perdido no Super Bock Super Rock. Por isso desta vez era imperdoável. Desde o primeiro sussurro ao ouvido fiquei com a certeza de que esta seria uma das melhores vozes dos últimos tempos. Não me recordo de ouvir algo parecido que não tenha de fazer um recuo no tempo. Entra em palco, a luz incide sobre ele, descalço e nas pontas dos dedos o piano. Os aplausos não paravam ainda nem havia começado o concerto. Mas a primeira nota do piano ditava. Benjamin estava ali, para surpreender e arrasar os corações de um coliseu cheio, cheio.

Nada me surpreendia, pois nunca tive tanta certeza do que esperava. Arrepiava-me. Deliciava-me. Fechava os olhos. Sem o visual, aquela voz abstraía-se de qualquer outro elemento. Era ainda mais autentica. A spoken-word, a musicalidade. Estava rendida. Tinha a certeza que estava assistir ao concerto único. Não consigo explicar. E assim que o concerto acabou o coliseu esvaziava-se, silenciosamente e sem grande alarido. Mas não era só o coliseu se esvaziara, cá fora, parecíamos novatos na realidade, parecíamos ter desaprendido a reagir, a falar. Só o coração vinha cheio, e a mente livre. Demorou, demorou para soltar uma palavra, e ainda assim o tema de conversa era o concerto. Ele que dias anteriores acabara de receber o importante galardão britânico de música Mercury. Impressionante como aquela voz, um piano e uma bateria entranha-nos. Benjamin Clementine.

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~ um chá sonoro de sala em sala ~

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E se o Museu saísse à Rua?

Quando era criança costumava dizer que o meu sonho era morar em Lisboa e trabalhar no Chiado. Hoje, aos 24 anos, parece que o sonho se concretizou. E trabalhar no Chiado (apesar da barulheira ser imensa e as multidões maiores) é o sonho de muitas outras pessoas. No Chiado tudo acontece, ou não estivéssemos no Centro da Capital de Portugal! 

Num destes belos dias, vinha a subir a Rua do Alecrim em direção à Rua da Misericórdia quando me deparei com quadros colocados nas paredes das movimentadas ruas do Chiado. Mas verdadeiros quadros…como se estivéssemos num Museu! E a verdade é que estamos mesmo! “Coming Out – E se o Museu saísse à Rua” é o nome da ação que o Museu Nacional de Arte Antiga está a desenvolver em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa e a HP Portugal, até 01 de Janeiro de 2016. Nas zonas do Chiado, Bairro Alto e Príncipe Real estão expostas 31 obras-primas, reproduzidas com qualidade a que o MNAA já nos habitou!

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Esta ação segue as linhas de um projeto semelhante desenvolvido em Londres, nos bairros de Convent Garden, Soho e Chinatown (que saudades de Londres…), pela National Gallery, denominado “The Grand Tour”. E esta ação, na minha opinião, não poderia ser melhor. Para além de convidar turistas e lisboetas a visitarem o MNAA, esta ação pretende contribuir para a valorização da cidade enquanto destino cultural, seja do ponto de vista de quem aqui habita, seja dos visitantes.

E como nem todos podemos olhar para esta exposição como uma boa ação e algo que devemos preservar,  já foram roubadas duas réplicas desta exposição – “Ruínas de Roma Antiga”, de Giovanni Paolo Pannini, e “Feira da Ladra na Praça da Alegria”, de Nicolas Delerive. O diretor do MNAA já disse não ter ficado surpreendido com esta situação…o que é uma situação bastante desagradável.

De qualquer forma, e já que é sexta-feira, deixamos aqui a sugestão para um fim-de-semana cultural. Para ninguém se perder e para nenhum quadro ficar sem a vossa visita, partilhamos o roteiro :)

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~ um chá e um Museu na rua ~

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Fim-de-semana de portas abertas em Lisboa

Já não é a primeira vez que se realiza e, certamente, não será a última…e ainda bem! Este fim-de-semana realiza-se mais uma edição do Open House Lisboa. Um “evento” que já é mundial e que decorrerá na nossa capital nos dia 10 e 11 de Outubro. A proposta é aprofundar conhecimentos e mergulhar no património arquitectónico que a capital oferece! São 70 locais que estão incluídos no roteiro na edição de 2015, em sete diferentes zonas da cidade. Esta é uma iniciativa internacional que pretende, todos os anos, celebrar a arquitectura com um fim-de-semana de visitas gratuitas. A primeira edição aconteceu em 1992 e presenteou os habitantes de mais de 30 cidades pelo mundo.

Palácios, igrejas, teatros, escolas, edifícios de escritórios, infra-estruturas, locais de lazer e habitações privadas estão disponíveis para receber quem aqui quiser entrar. Para conhecer em detalhe o guia basta ir ao site do Open House Lisboa e descobrir o roteiro! Existem três tipos de visita – livres, acompanhadas e comentadas – e o visitante apenas tem de escolher a que quer. 

Sozinho, com a cara-metade ou com um grupo de amigos, o importante é não ficar em casa e aproveitar estas oportunidades únicas! Começa já a planear as tuas visitas e diverte-te ;) ahhhhh…as fotografias nos espaços são permitas (salvo algumas excepções indicadas pelo guia no espaço)

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Teatro Nacional de São Carlos

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Aqueduto das Águas Livres

~ um chá e uma sugestão de fim-de-semana ~

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Onde o clássico e o moderno, também é contemporâneo!

Inspirados nos padrões hidráulicos, Hidraulik é um projecto que reinterpreta os pisos modernos e clássicos que já habitaram nos edifícios antigos e dá-lhes uma nova abordagem – em tapetes.

É uma ideia muito interessante, tanto enquanto produto – uma colecção de tapetes padronizados e que podem ser personalizados ao gosto de cada um, ou de cada casa (o que amplia o espectro público-alvo), como enquanto projecto de design. Entre todos estes desenhos coloridos, cheios de vida e com uma personalidade única, optei pelo design, pelo visual. Não sei o que gosto mais, se do logotipo, se da imagem visual, se do packaging, se da web, se do conceito…Hidraulik é singular.

O projecto de comunicação e identidade visual ficou entregue à criatividade da Huaman, estúdio de Barcelona que desenvolveu desde branding, packaging e web (que está muito interessante enquanto projecto de design web).

Os mosaicos e os azulejos são únicos. Sou coleccionadora fotográfica destes padrões, tanto já lhes perdi a conta, esses múltiplos quadrados que vestem as fachadas portuguesas, herança islâmica que faz parte da nossa cultura. A propósito sabiam que Portugal é o maior expoente de azulejos do mundo?

Não admira que os olhares, mais e menos atentos, se prendam às fachadas. Não admira que o azulejo português seja inspiração para as áreas criativas, como design ou moda. Não admira que o azulejo português seja reconhecido internacionalmente (um pouco também por culpa do turismo). Não admira que a Direcção-Geral do Património tenha anunciado há uns meses a formalização da candidatura do azulejo português a património da UNESCO, e acho que é merecido. Não admira que, enquanto designer e defensora e apreciadora muito mesmo por este quadrado colorido, goste tanto dos tapetes Hidraulik (tanto que não me vou poupar a imagens).

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estudio Huaman reinterpreta los suelos hidráulicos modernistasalfombras que reinterpretan los suelos hidráulicos modernistasHidraulik: alfombras que reinterpretan los suelos modernistasHidraulik: alfombras que reinterpretan los suelos modernistasHidraulik: alfombras que reinterpretan los suelos modernistasHidraulik: alfombras que reinterpretan los suelos modernistasHidraulik: alfombras que reinterpretan los suelos modernistasHidraulik: alfombras que reinterpretan los suelos modernistasalfombras que reinterpretan los suelos hidráulicos modernistasalfombras que reinterpretan los suelos hidráulicos modernistas

~ um chá no tapete ~

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Arcos e livros

De linhas, curvas e retas, nasce o design, a arquitetura e a forma de tudo o que nos rodeia. Funciona através da simplicidade, que não é tão fácil de alcançar como se parece. A soma de uma quantas retas e uns quantos arcos, com o jogo de ângulos e perspectivas, pode resultar numa arte, se bem trabalhados!

Hoje mostramos como o design se junta à decoração e à arquitetura para tornar um espaço comum num sítio inspirador! E a mente do homem serve de criador neste jogo de sensações. 

A empresa Anagrama, sediada no México, é uma das grandes agências já faladas aqui no blog. É seguida na plataforma de projetos Behance por mais de 120 mil pessoas e no Facebook por mais de 160 mil. É, portanto, uma dose inspiradora para muitos designers. 

Desta vez, Anagrama presenteia-nos com um projeto de arquitetura e design de interiores de uma biblioteca sediada na cidade Monterrey, Mexico – Conarte Library.  Conarte visa promover e estimular a expressão artística e apoia a preservação e enriquecimento da cultura. Fazia então sentido estudar um espaço que desse valor à experiência da leitura. 

Anagrama criou um espaço “design-intelligent” que envolve o leitor. As estantes dos livros foram projectadas para formar uma cúpula que cobre o tecto da biblioteca e joga com a perspectiva visual, assumindo mais do que a sua função básica. As paredes são preenchidas por um gradiente de cor azul que permite dar profundidade. O arco iluminado ao fundo da escadaria simula o ponto de fuga da estrutura, criando um equilíbrio perfeito entre a cor e perspectiva. 

O resultado é um ambiente envolvente e tranquilizador, ao mesmo tempo que inspira e refresca, ao invés das típicas bibliotecas que tendem a ser monótonas e aborrecidas. 

Livraria (Bookstore)

Livraria (Bookstore)

~ Um Chá e muitos livros num local inspirador

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É tudo uma questão de enquadramento!

Um boa fotografia não passa por captar determinada imagem com a melhor camera ou a melhor lente fotográfica, o enquadramento é, provavelmente, a regra mais importante na arte de fotografar. E isso, não é a melhor câmara ou o melhor equipamento que faz de forma autónoma. É preciso um olhar fotográfico sobre as coisas.

E para comprovar que a fotografia passa por um bom enquadramento que a artista tailandesa Chompoo Baritone completou algumas fotografias do instagram, criando uma serie de retratos que mostram a importância do enquadramento e da composição fotográfica. Muitas vezes é um jogo de escondidas, de perspectivas e filtros. Embora agora o instagram não seja só no formato quadrado, tornava-se um autêntico desafio, aquele de conseguir o enquadramento perfeito num quadrado. Isso era composição. Isso era enquadramento. A propósito, é a primeira vez em cinco anos de existência, que o instagram permite aos seus utilizadores partilharem as suas fotografias e vídeos para lá do tradicional quadrado, grande marca visual desta rede social.

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~um chá bem enquadrado ~ 

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Livro purifica a água

Apesar do mote dos últimos dias ser os refugiados que migram para a Europa, continuamos a ter nos países subdesenvolvidos milhões de pessoas sem água potável, sendo esta uma das grandes causas de morte.

A Organização Mundial de Saúde estima que mais de 660 milhões de pessoas no mundo não têm acesso a água própria para consumo e que mais de três milhões de pessoas morrem, todos os anos, devido a doenças relacionadas com a falta de qualidade da água.

Mas hoje damos a conhecer um projeto que pretende combater estes números! Theresa Dankovich criou o Drinkable Book, um livro, à primeira vista, igual a tantos outros, mas que tem uma particularidade muito especial. É que o seu objetivo principal, como de outros livros, não é ser lido, mas sim purificar a água! A ideia parece estranha no mínimo mas Teresa Dankovich conseguiu a proeza que poderá ajudar muitos países subdesenvolvidos. As folhas do livro podem ser arrancadas e utilizadas como filtros para purificar a água, eliminando 99% das bactérias da água contaminada, como a E. coli e a salmonela.Theresa, no decorrer da sua tese de doutoramento na Universidade McGill, em Montreal, no Canadá, apercebeu-se que a prata elimina as bactérias presentes na água e não a torna prejudicial à saúde. Através desta informação, Theresa inventou um papel com nanopartículas de prata e desenvolveu um método de filtrar a água simples, económico e sustentável. 

The Drinkable Book™ é, ao mesmo tempo, um filtro de água e um manual de instruções de como limpar a água. Para filtrar a água arranca-se uma das páginas do livro, coloca-se na caixa de filtros, que é usada para guardar o livro, e verte-se a água contaminada. Poucos minutos depois a água torna-se potável. Cada filtro pode durar até 30 dias e consegue filtrar 100 litros de água contaminada, de forma que um livro inteiro permite a filtragem de água potável para cerca de um ano.

A ideia deste livro partiu de Theresa, que se uniu à empresa criativa DDB New York e à associação WATERisLIFE, que conceberam o livro. Com alguns donativos conseguiram testar os papeis no Ghana, Haiti, India e Kenya. Os resultados dos testes foram positivos, comprovando que os papeis conseguem purificar diferentes águas no mundo. 

Com a ajuda da associação sem fins lucrativos International Development Enterprises, foram ainda feitos estudos junto da comunidade de Bangladesh, também positivos. Luke Hydrick, designer estudante da University of Cincinnati School of Design, juntou-se também ao grupo e criou já uma variedade de suportes para os filtros que foram também testados em Bangladesh, de forma a serem agora aprimorados de acordo com o feedback da comunidade.  

Neste momento, as organizações estão a apelar ao financiamento do projeto para que continue o trabalho de desenvolvimento e aumente o trabalho de produção e os testes de campo. O objetivo são que sejam distribuídos filtros de papel para centenas a milhares de pessoas. Está a decorrer uma campanha no Indiegogo, com o objectivo de angariar 30.000 dólares, que correspondem a 27 mil euros, para fabricar os primeiros mil livros. Vamos ajudar a contribuir para a distribuição de água potável em todo o mundo!

~ Um chá e um livro para salvar o mundo

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