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O sonho de uma vida! Casa comigo nem que seja em 2030…

Vivemos tempos incertos, de muitas dúvidas, alguma ansiedade, principalmente por não nos ser permitido fazer planos a longo prazo ou por sermos obrigados a alterar os que já dávamos como adquiridos. Há quem diga que este é o maior ensinamento da pandemia. Viver com mais resiliência, sem grandes planos, aprender a saborear um dia de cada vez, viver com mais intensidade o agora.

No entanto, planos representam mudança, a realização de sonhos, o início e fim de etapas. Muitas vezes envolvem custos, sacríficos, escolhas, decisões e tudo isto cria e desenvolve em nós, de forma quase irracional, as expectativas. São elas que dão alma aos nossos desejos mais íntimos e nos fazem acreditar que tudo é possível.

Em plena pandemia, muitos de nós, se não todos, vimos os nossos planos, ou especificamente algum ser adiado ou cancelado. Mas hoje, queremos destacar em concreto, o que é para muitos o sonho de uma vida, planeado ao pormenor às vezes durante anos, com o coração e o sonho à mistura, vamos falar “do casamento”.   

“Fiquei super triste e achei que ia ser péssimo adiar. Sempre quis casar, sempre sonhei com isso, sonhas imenso com uma coisa e rapidamente percebes que isso não vai acontecer, pelo menos na data que estava planeada.”

A Ana e o Jaime marcaram o seu casamento para dia 19 de setembro de 2020. Na altura, abril/maio de 2019, estavam certos de que tinham um sonho que partilhavam e queriam acima de tudo poder festejar com amigos e família num dia especial, no Alentejo, com um tempo mais amenos e dentro da disponibilidade do espaço onde iria ser a festa.

Desconheciam por completo, que o mundo inteiro iria viver uma crise pandémica com graves consequências em todos os sectores. Na altura, abril de 2020, a 5 meses da data do casamento, a covid era totalmente desconhecida e a Ana contou-nos que não sabiam “com o que contar”, caso avançassem com a festa. Por isso, pelo medo do desconhecido e por questões de segurança, decidiram adiar. Ao contrário de muitos casamentos que viram acontecer nesse verão com regras e restrições apertadas, preferiram adiar e manter os seus aproximadamente 250 convidados.

A segunda data foi marcada, para dia 19 de junho de 2021. “Quisemos manter o número 19, como se fosse uma lembrança do primeiro que não aconteceu” contou-nos a Ana. E a verdade é que voltou a não acontecer. No início deste ano, a Ana e o Jaime começaram a perceber que a situação pandémica só se agravava e isso colocaria novamente a sua segurança e a dos seus convidados em risco, o que provavelmente obrigaria a uma redução da lista de convidados e isso estava fora de questão.

Tínhamos pessoas que não iriam estar connosco no que é suposto ser o dia mais feliz das nossas vidas. Temos amigos e família no estrangeiro, e o feedback dessa parte é que de facto era muito difícil conseguirem cá estar. E mesmo de quem vive em Portugal, notámos sempre um certo desconforto. De qualquer das formas, nós já não estávamos confortáveis com a situação de avançar este ano”. Para piorar, o Jaime por trabalhar por conta própria foi muito afetado com toda a situação e decidiram adiar. A Ana contou-nos que felizmente não perderam dinheiro e que mantiveram todos os serviços até então contratados, sem ter de pagar mais por isso. No entanto, com o casamento adiado uma segunda vez, surgem questões com alguma tristeza. “Fico ansiosa quando penso que comecei (começamos) a preparar tudo em 2019, e no final de contas só casamos em 2022.”

Pessoalmente, fico com imensas questões “será que já não gosto da quinta?” “a última vez que vi o meu vestido foi em outubro de 2020, e nem sequer estava acabado, em 2022 já nem devo gostar dele”

Apesar das adversidades, a Ana diz que estão otimistas, conseguem ver vantagens em adiar e que estão confiantes que à terceira é de vez. “O pensamento é mais ou menos este “só casamos uma vez, que seja como queremos, com quem queremos”

A Maria e o João (nomes fictícios) também passaram pela experiência de ter de adiar o seu casamento, devido à situação pandémica que teve início em março de 2020. Tinham planeado casar a 5 de setembro de 2020, pelos mesmos motivos da Ana e do Jaime, seria uma data com um tempo mais amena, dado o calor habitual do Alentejo.

A quinta onde iriam realizar a festa fez alguma pressão para adiarem, devido às restrições e às regras apertadas. A Maria confessou-nos que possivelmente, se não tivessem sido pressionados, teriam mantido a data do casamento e casariam com metade dos convidados, dado que, tiveram de reduzir a lista para a segunda data.

O adiamento do casamento, levou-os a mudar o local da festa, quiseram precaver-se e ter um espaço que mesmo com as restrições (50% da lotação do espaço) pudesse receber o máximo de pessoas possível. A Maria contou-nos que perderam o sinal que já tinham pago no sítio inicial, mas que não lamentam, gostam mais e há melhores condições na quinta onde irá agora ser o casamento. A festa está marcada para maio de 2021. “Casamos numa quinta diferente, da qual gostamos mais, e com os nossos avós já vacinados (eu também já estou vacinada, assim como vários amigos meus que trabalham em hospital).”

acho que tem tudo para correr melhor, embora estejamos dependentes das indicações do Governo acerca dos casamentos para este verão.”

Quando perguntamos à Maria se alguma vez pensaram em desistir do casamento, ela respondeu: “Nunca pensámos em desistir, mas claro que custou um bocadinho aceitar, o ano passado. Este ano já estamos muito mais tranquilos em relação a isso, já decidimos que não queremos adiar mais um ano porque não nos faz sentido continuar a adiar este sonho. E porque queremos muito ser pais, mas queremos casar primeiro (…) se não for possível já para maio, estamos a pensar adiar para junho, julho deste ano.”

Segundo o Daniel responsável pela “Prometo Amart-te“, wedding planners, a pandemia afetou bastante os casamentos. O que parecia ser um ano promissor, o melhor em número de casamentos agendados, tornou-se num pesadelo para as empresas do sector e numa desilusão para os casais que tinham o seu dia há muito planeado.

“Com a chegada da pandemia, de facto tudo mudou. Tivemos uma quebra de faturação, superior a 80%, sendo que adiámos 90% dos nossos casamentos para 2021. Infelizmente, alguns de 2021, já foram igualmente, adiados para 2022. O que representa uma grande preocupação para o nosso setor. Dois anos, sem produzir é catastrófico a nível de faturação, como também no crescimento dos projetos!” O Daniel esclareceu que apesar das dificuldades do sector, pretendem manter a excelência dos seus serviços, dando preferência à qualidade dos materiais e à origem da sua produção e claro, mantendo a experiência do cliente sempre como prioridade.

Quando perguntámos qual a importância de recorrer a um wedding planner, ainda para mais em tempos incertos em que existem muitas regras e tantas restrições, o Daniel esclarece, o facto de uns noivos terem o apoio de um wedding planner, ajuda a que consigam desfrutar de uma forma mais leve de todo o processo, para que possam viver livremente todas as memórias inesquecíveis do grande dia!

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Decidir entre ficar ou viver uma nova história

Se foi uma decisão fácil?

Não! Eu sou uma pessoa muito ponderada.

Se correu tudo bem, tal como eu tinha planeado?

Também não, as coisas nem sempre correm como nós as planeámos.

Se pensei em desistir?

Quem nunca! Mas depois percebi que desistir é sempre o caminho mais fácil, para tudo na vida!

Se me arrependo?

Não, caso me arrependesse não faria sentido partilhar esta minha experiência com vocês. 

Se ficaram com curiosidade para saber mais, continuem a ler…

Olá!

O meu nome é Rita, tenho 29 anos, sou licenciada em Relações Públicas e Comunicação Empresarial, mas o que gosto mesmo é de marketing.  Também gosto de viajar, dançar, fotografar e passar bons momentos com os amigos e com a família. 

Vivi os últimos 9 anos em Lisboa e no final de 2018 aceitei o desafio de deixar o meu país e sair da minha zona de conforto. A Headshake desafiou-me a partilhar esta minha experiência e tenho esperança que pelo menos uma pessoa que leia este texto se identifique com ele, caso contrário é uma boa forma de passarem o tempo.

quando certo dia o meu namorado me perguntou o que é que eu achava da hipótese de irmos viver para Madrid.

2018 (parece que foi noutra vida), quando certo dia o meu namorado me perguntou o que é que eu achava da hipótese de irmos viver para Madrid. Conhecer uma nova cidade, uma nova cultura, relativamente perto de Portugal, com outras oportunidades profissionais…

Ao que respondi de imediato e bruscamente: “ Nem pensar! Vai tu”. 

Depois de algum tempo a pensar naquela proposta, depois de pedir opiniões a várias pessoas e depois de fazer uma análise entre prós e contras de embarcar nesta aventura, pensei… Why not? O que é que tenho a perder? 

Mudei-me então para Madrid em Outubro de 2018, para um pequeno apartamento no coração de Madrid. Os meus objetivos eram conhecer a cidade, aprender uma nova língua e arranjar trabalho numa empresa de marketing digital espanhola. 

pensei várias vezes “ Rita, o que é que tu foste fazer à tua vida?”

Vamos por pontos…

Conhecer a cidade: visto que estava a viver no centro da cidade, foi incrível porque consegui ir conhecendo todos os recantos de Madrid e pude experienciar a vivacidade e a alegria que nuestros hermamos têm e que só estando cá se consegue sentir e viver. 

A cultura espanhola é muito diferente da portuguesa, querem ver?

Para eles tudo é motivo de festa, aliás acho que nem precisam de nenhum motivo em especial, só o facto de estarem vivos é um motivo para celebrar. O nível de decibéis é muitoooo superior ao Português, mas é uma questão de hábito.  A casa serve apenas para dormir, porque o resto do tempo é passado na rua (durante o fim de semana) entre amigos, copas y tapas. Cá não existem doutores, imaginem a confusão que me fez ao início tratar o meu chefe e as pessoas mais velhas do que eu que trabalhavam comigo por TU!

Também os nossos amigos e família, adoraram a ideia de nos mudarmos para Madrid e assim terem um motivo para virem cá com mais frequência. Nós também adorávamos a ideia de os receber em Madrid e assim podermos passar algum tempo juntos.

Aprender uma nova língua: Para meu grande espanto ( que achava que tinha zero jeito para línguas e nunca na vida tinha tido aulas de espanhol) fiquei surpreendida comigo mesma. Fui aprendendo através de aplicações, através de pequenas tarefas do dia a dia como ir à farmácia ou ao supermercado e mais tarde na empresa para onde fui trabalhar, onde diariamente falava espanhol com os meus colegas. 

Arranjar trabalho numa empresa de marketing digital: Até ao final de 2018, apesar de já estar em Madrid, continuava a trabalhar para a empresa Portuguesa onde estava a trabalhar. Mentiria se viesse para aqui dizer que foi super fácil arranjar trabalho e que não pensei várias vezes “ Rita, o que é que tu foste fazer à tua vida?”

Ao fim de dezenas de CVs enviados,  algumas entrevistas realizadas e muito “não” recebido, lá chegou o tão esperado SIM! Claro que o ideal e recomendado, para quem quer embarcar numa aventura semelhante, será ter um contrato de trabalho antes de fazer a mudança. 

A adaptação à nova cultura empresarial, colegas e metodologia de trabalho foi bastante rápida, simples e prática. Talvez o facto de não existirem “Doutores” como referi anteriormente, tenha contribuído para isso. Senti uma grande proximidade e à vontade para colocar dúvidas e fazer sugestões junto da própria chefia.  

a empresa onde trabalhava foi brutalmente atingida e consequentemente todos os que lá trabalhavam, incluindo eu, que de um momento para o outro me vi sem emprego

A experiência estava a ser enriquecedora, com novas oportunidades diárias e muita aprendizagem, até que…aconteceu o que ninguém poderia prever e que acabou por nos atingir a todos, uma Pandemia Mundial! Como assim? Como assim, algo que não é visível nem palpável que aparece, não sabemos muito bem de onde, nem por que motivos e que vem mudar totalmente as nossas vidas?

Tal como tantas empresas pelo mundo, também a empresa onde trabalhava foi brutalmente atingida e consequentemente todos os que lá trabalhavam, incluindo eu, que de um momento para o outro me vi sem emprego. Seguiram-se dias, semanas e meses de procura de um novo emprego, uns dias com mais motivação do que outros.

No entanto, não desisti e decidi aproveitar este “tempo livre” para investir na minha formação profissional, acabando por fazer algumas formações online e colocando em prática muito do conhecimento que fui adquirindo ao longo do tempo.

Ninguém conseguia imaginar as proporções que esta pandemia iria atingir. Recordo-me que no início de Março o nosso chefe nos chamou para uma reunião e disse que como medida de prevenção seria melhor começarmos a trabalhar a partir de casa na semana seguinte, mas que seria algo provisório, porque dentro de duas semanas faríamos um ponto de situação e voltaríamos ao escritório (achava ele… e achávamos nós). 

Passado quase um ano desde o início desta pandemia, sabemos que, tal como diz o ditado “não há mal que dure para sempre, nem bem que nunca acabe”, toda esta situação irá terminar e estou certa que será para todos uma grande lição de vida. Lição de que não conseguimos controlar tudo o que se passa à nossa volta, lição de que juntos somos mais fortes e lição de que não vale a pena fazer planos a longo prazo, porque nunca sabemos o dia de amanhã.

Quanto a mim, continuo firme e focada em voltar ao mercado de trabalho neste mundo que se tornou tão remoto e digital.

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Messy Hair

Quem nunca teve um turbilhão de pensamentos? Daqueles que nos deixam tão confusas ao ponto de não sabermos mais o porquê de estarmos confusas. Hum.. estranho, não é? Tudo isto tem tendência a acontecer naquelas fases em que olhamos para trás e vimos o quanto crescemos e o quanto já vivemos (ou pensamos ter vivido), e que foi devido a algumas circunstâncias que cada vez pensamos mais no que devemos ou não fazer, e nas consequências dos nossos atos.

Se acontece, é porque realmente vivemos. Mas vivemos agarradas a quem somos ou a quem gostaríamos de ser? Essa é a questão de uma vida inteira. Engloba todo o nosso mundo. Quem somos, para onde vamos, com quem vamos. Vivemos dia após dia, tal como deve ser feito. Mas fazemos algo que saia da nossa rotina? Arriscamos o suficiente? Atiramos-nos de cabeça? Ou simplesmente deixamos que o passado comande diariamente o nosso presente? É isto.. é isto que nos prende.

Prendemos-nos tanto ao nosso passado que nos vimos bloqueadas no presente. Pensamos que houve alturas em que simplesmente demos tudo de nós, que nos entregámos de corpo e alma e no final de contas, fracassámos. Sim, fracassámos. Na nossa cabeça o fracasso foi nosso, não foi de mais ninguém. Na nossa cabeça éramos nós que tínhamos que ter força suficiente para conquistar aquela pessoa que nos fazia tremer as pernas. Mentalizamos-nos tanto disso, que nos esquecemos que também merecíamos ser conquistadas. E quando do nada, chega o momento em que podemos vir a ser conquistadas, não queremos. Não queremos porque não queremos mais brincar, não queremos mais perder mais tempo, não queremos mais sentir novamente a sensação de fracasso. Então não arriscamos mais, acabamos por dançar, beber um copo de vinho, dar um beijo longo e acordamos no dia a seguir sem expectativas, sem dramas, sem dilemas, sem fracassos.

E quando ponderamos dar um passo em frente, vem o passado e coloca todas as dúvidas na nossa cabeça, questiona tudo novamente e faz-nos ter turbilhões de pensamentos como aqueles que tínhamos no início de tudo. Torna-se um ciclo vicioso porque acreditamos que um dia pode dar certo. E que aquele clichê “no passado tinha que dar errado para no futuro dar certo” seja real e aconteça. Mas aquela perguntinha surge sempre na nossa cabeça, “E se..?”.  Portanto, isto de tentar agir consoante o que queremos ou não, é como o nosso cabelo. Uns dias têm mais jeitos e há que decidir se utilizamos a placa para o tornarmos “simples e fácil” ou simplesmente deixá-lo como está, “rebelde e arriscado” de forma a contrariar os fracassos e dar voz ao destino.

Por isso, é fácil dizer “Hoje é o dia de fazer diferente”.. A verdadeira luta acontece quando nos deparamos com uma possível mudança no nosso quotidiano, e aí sim somos corajosos o suficiente para enfrentar essa mudança e arriscar mesmo sabendo das duas possíveis faces da moeda, ou deixamos que o medo nos retraia?

Hoje é dia de turbilhão de pensamentos, certo?

~um chá e um turbilhão de pensamentos~

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O Tempo e o Amor … poderiam não ser efêmeros

O tempo…

Levamos a vida a contar as horas, os minutos, os segundos, até o tic-tac do ponteiro do relógio. Horas para isto, horas para aquilo…na verdade, levamos a vida como se de um iogurte com prazo de validade se tratasse, e deixamos muitas vezes de dar importância ao que verdadeiramente importa: a essência do tempo.

O tempo é algo tão efémero, tão momentâneo, tão irreversível, tão escasso, que quase vivemos como se não pudéssemos esgotar esse bem tão precioso na vida.

O quão é bom desfrutar de um pôr do sol à beira mar, fechar os olhos e sentir o vento na cara, a brisa no corpo; o quão é bom fechar os olhos e dormir sem hora para acordar, o quão é bom ficar no sofá sem que nada apeteça fazer; o quão é bom sair de casa sem saber onde ir e acabar no café com uma amiga à conversa e sem dar conta já
la vão uns copitos; o quão bom é estar por estar porque não se sabe o que vem a seguir… Bom, isto quase parece querer viver a vida de improviso e imprevisto, mas na verdade bom seria se de vez em quando abríssemos a panela de pressão para espreitar o cozinhado, se de vez em quando parássemos o relógio do tempo que nos impõe
validade nas rotinas do dia-a-dia e reflectíssemos no seguinte: afinal o que andamos aqui a fazer?

Infelizmente ou felizmente a minha experiência no ramo profissional têm-me dado boas tardes e noites de reflexão, de pensar no que realmente importa.

Nós, pessoas, não somos nada mais do que átomos, somos feitos de energia e a nossa fragilidade é dantesca ao ponto de num segundo, num abrir e fechar de olhos tudo mudar, como se de um filme se tratasse, em que as imagens passam à velocidade da luz e num minuto consegues ter o resumo de uma vida. Posto isto, e considerando que a energia que me move é o amor, acredito que cada vez mais colho do meu jardim aquilo que planto, e atraio para mim aquilo que quero, às vezes não parece, mas na verdade é tudo uma questão de perspectiva. O amor, aquele sentimento de que toda a gente fala, que envolve multidões e tantas vezes destrói partes de corações, porque sim, o amor é difícil, e amar então… uff. Amar é complicado, mas amar deixa-nos livres e faz-nos não estar limitados neste tempo. Tempo que nos obriga a amar de repente porque a “vida é curta e são dois dias”, de repente porque os sentimentos surgem como se de uma promessa se tratasse, de repente porque o amor é um bem tão escasso quanto o tempo e nem sempre conseguimos entendê-lo na sua pequena essência.

O comboio da vida permite-nos que entre gente, percorra caminho e saía quando assim tiver de ser e as paragens que vamos fazendo no percurso do tempo levam um pouco de nós e deixam um pouco de gente. Na verdade, e querendo eu falar no sexo oposto, porque acredito que a mulher faz o homem e o homem faz a mulher, considero não ser fácil esta coisa de nos apaixonarmos, chegarmos a amar alguém e queremos essa pessoa “sempre”, sempre nas nossas vidas. Mas calma, a paixão e o amor são coisas diferentes e na verdade ninguém fica para sempre nas nossas vidas, nada é eterno.

Compreendo quase como uma falácia o facto de querermos alguém para sempre nas nossas vidas, pelo simples facto de que nascemos e morremos sozinhos. No entanto, não deixo de concordar que o amor é o combustível do comboio que tantas vezes nos custa a conduzir, o comboio que às vezes vai tão embalado e se vê obrigado a parar, o comboio que sempre parte e sempre chega. O amor é tão mais do que um sentimento, é tão mais que tudo, que às vezes chega a ser impensável que tenha de ser cronometrado. Por isso não vale a pena pensarmos que temos de ir buscar fontes de amor aqui e ali, porque o amor está em nós e é no fundo ele que nos leva para a frente.

Às vezes apetece-me gritar “basta” ao mundo, porque um minuto pode ser perfeito e no entanto, existe uma vida cheia de imperfeições. Basta de cronometrar e estabelecer um tempo para isto e para aquilo, porque o que tiver de ser terá a força do amor que semearmos em nós mesmos e isto torna-se uma coisa multidirecional. Não importa o que temos hoje, importa aquilo que somos hoje e seremos amanhã, porque o que somos morre connosco, isso é certo!

E porque isto para mim é como se diz o “pão nosso de cada dia”, sim, vejo morrer pessoas quase todos os dias e posso dizer que o nosso corpo é só o nosso corpo, as pessoas que nos amam são só as pessoas que nos fazem partir em paz, as que nos são indiferentes e em nada nos acrescentam vamos triando por essa vida fora, as que por
algum momento da nossa vida nos magoaram, as que nos fizeram chorar, sorrir,tremer de medo, sentir borboletas na barriga, apaixonar, salta de alegria, são só as pessoas que… e o resto pessoas, é só o resto, porque desta vida o que deixamos é quase nada para o tesouro que levamos connosco.

~um chá com tempo e com amor ~

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Um amor proibido

Tudo começou por acaso. Estava a participar num projeto do Serviço Voluntário Europeu na Turquia, quando me apaixonei perdidamente por uma muçulmana de Alepo. Uma das atividades do projeto consistia na colaboração com a professora de artesanato, a tal muçulmana, numa associação que dá apoio aos refugiados sírios. Uma a duas vezes por semana eu participava na aula e, propositadamente, às segundas-feiras, dia em que fazíamos uma reunião para distribuir os voluntários pelas atividades semanais, eu era sempre o primeiro a colocar o dedo no ar, de forma a garantir mais interação com a minha amada.

Sempre que chegava à sala, o sorriso dela enchia-me o coração e até me deixava atrapalhado. Numa manhã, após terminada a aula, ela perguntou-me se queria tomar um chá ou um café, num inglês muito limitado e com recurso a gestos. Felicíssimo respondi afirmativamente. No entanto, a minha vontade de a convidar para um café no exterior já era enorme, mas rodeado de muçulmanas sírias tinha algum receio e pedir o seu perfil do facebook também daria muito nas vistas.

Num outro dia, após uma reunião, estava a sair da associação e encontrei o meu tutor do voluntariado, que me aconselhou a não ir pela rua do costume, uma vez que estava demasiado escuro. Assim fiz um desvio. Enquanto descia uma rua, encontrei a minha amada muçulmana, com o seu típico lencinho e aquele sorriso esplendoroso de sempre. Estava acompanhada por um rapaz sírio, que não sabia que tipo de relação eu mantinha com ela. Neste exato momento, a muçulmana gesticulou um coração com os dedos e não podia ser mais sincera quando me disse “I love you”. Fiquei em êxtase. O rapaz sírio apanhou um autocarro, deixando-me mais aliviado. Assim podia estar à vontade para a conhecer melhor. Fomos até a um jardim próximo. Aproveitámos para trocar os números de telemóvel e combinar um encontro no dia seguinte.

As primeiras perguntas que me fez no segundo dia que nos encontrámos foram se gostava dos sírios, se era cristão e se gostava de bebés. Aproveitei também para lhe oferecer uma rosa vermelha e um chocolate. O caricato é que ela só falava árabe e turco. Eu só falava português e inglês. A comunicação acontecia através de gestos e com a ajuda do Google Tradutor, o que nem sempre era fácil. Quando não nos compreendíamos, ela telefonava para a irmã, fluente em inglês, para a ajudar a traduzir o assunto que estávamos a conversar.

Habitualmente só dávamos beijos na cara, porque na Turquia não é bem visto beijar na rua. E, num encontro que tivemos num jardim botânico, tentei dar-lhe um beijo na boca. Ela afastou-se, apontou para o céu e gesticulou com as mãos, tentando dizer “Alá vê”. Eu pedi-lhe desculpa, e pensei em tom de brincadeira “Alá está lá tão alto que não consegue ver”. Num outro dia convidei-a para irmos para o meu quarto ou para um hotel e a resposta foi a mesma: “Alá vê”. Voltei a respeitar, mas pensei novamente num tom brincalhão: “Alá não vê, porque a casa tem telhado”. Sempre que me entusiasmava ela relembrava-me que era muçulmana e eu parava.

Mas, de um momento para o outro, ela deixou de aparecer aos encontros e de responder às mensagens. Fiquei bastante deprimido e sem saber o que fazer. Entretanto disse-me que só podíamos ser amigos e que temia vir a ter problemas no trabalho. Eu compreendi, porque eu não sou muçulmano e na associação onde ela trabalhava haviam bastantes muçulmanos que não iriam aprovar um namoro daquela natureza.

Quatro dias depois, fui esperá-la numa rua perto do trabalho, onde consegui encontrá-la. Ela voltou a frisar que era perigoso continuarmos a namorar e que ficaríamos amigos. Combinámos ir beber um chá no outro dia, mas ela não apareceu. Já lhe tinha comprado um peluche com um “I love you” em turco, mas já não havia mais oportunidade de lho conseguir entregar. Assim, fui dá-lo a umas meninas sírias muito pobres que habitavam numa rua perto de mim e aproveitei também para comprar bolas para os meninos.

Atualmente comunicamos pelo whatsApp, através de pequenas mensagens e símbolos. Confessamos frequentemente que nos amamos e que temos saudades um do outro. As saudades são expressas, mas não há promessas. Já me perguntou se iria voltar à Turquia e eu respondo que se voltar, será por ela.

Há poucos dias, a minha amada enviou-me fotografias sem véu, o que demonstra um grande significado, porque na cultura muçulmana, só o fazem perante a família e o marido. Foi a primeira vez que vi como era o seu cabelo.

Nunca mais esquecerei o seu olhar doce. E, tenho a certeza que esta é uma linda história que, num futuro longínquo, contarei aos meus netos.

Tenciono ir visita-la um dia.

Mas não sei se isto não passará apenas de um sonho distante…

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~ Um chá repleto de amor e cultura~

*Crónica de um jovem  português voluntário na Turquia

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O dia 13 é o dia em que tudo começou

Já aqui escrevi sobre nós. Sobre mim. Sobre o nosso amor. Ter uma relação não é fácil, é como uma flor que precisa de ser regada todos os dias com muita criatividade e vontade de fazer valer o que temos.

Nem tudo são rosas, umas vezes há discórdia, outras vezes consenso, umas vezes um puxa para um lado, e o outro, para o lado oposto. O que faz com que tudo resulte é o objectivo final ser em comum: ser feliz e fazermos-nos felizes um ao outro.

Atravessei o Atlântico porque o que me move é o amor! Voltava a fazê-lo vezes e vezes sem conta. Sou feliz, e grande parte dessa felicidade deve-se à pessoa que tenho ao meu lado.

A compreensão e o amor estão presentes em tudo, incluindo nas discórdias do dia-à-dia, porque se elas existem é porque nos importamos. Se nos importamos, é porque existe amor.

6 Anos depois continuo a estar apaixonada, a amar a nossa vida em conjunto, os nossos gatos e principalmente a ti!

Obrigada por me fazeres feliz!

With Love

~ A Miúda Portuguesa no UK na sua versão mais lamechas… ~

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“Deixe o amor entrar” com a IKEA

“Bem vistas as coisas, o coração é que manda” é assim que começa o novo anúncio da IKEA. Continuando a ver o vídeo, encontramos sucessivas referências ao amor e fica no ouvido mais uma frase: “quando o coração fala, sabe o que diz”. Deixe o amor entrar é a mensagem da nova campanha da marca sueca, a primeira com criatividade da JWT, que adquiriu a conta após consultar o que o mercado lhe tinha para oferecer.

Através de comunicado de imprensa, João Oliveira, diretor criativo da agência de publicidade, defende que “o coração tem sempre razão. É quando ouvimos o coração que temos a certeza que estamos no caminho certo. É por ele que tudo começa. E só é feliz quem o souber ouvir”. Assim, o coração foi o insight que esteve, e está, na base de toda a campanha. Por isso mesmo, neste novo anúncio, a IKEA que partilhar alguns conselhos, conselhos esses que melhoram a vida de quem os segue: agarrar, beijar, prometer, correr, organizar, recomeçar, rir, experimentar, brincar, improvisar, cantar, mudar e amar. Estes são alguns dos verbos que podemos ouvir na campanha de TV.

Segundo a JWT, esta nova campanha marca o início de uma nova linha e estratégia de comunicação. Primeiro fala-se da marca no geral, posteriormente apresenta-se o tema do ano – em 2016, serão as cozinhas – e, por fim, a apresentação do novo catálogo, que deverá chegar às caixas de correio a partir de 28 de agosto.

Por agora, e enquanto o catálogo não chega às caixas de correio (eu, me confesso, estou ansiosa!!!), vão conhecendo as novidades no local habitual e fazendo as vossas wishlists. Deixo-vos com a capa do catálogo de 2016!

ikea catalogo

~ deixem o amor entrar na vossas casas e sejam felizes ~

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A homossexualidade é trendy e vende!

Todas as décadas existem ícones, acontecimentos e assuntos polémicos para a Opinião Pública. São os tais tópicos que ou se ama ou se odeia.

Muitas vezes a irreverência e a rebeldia tornam as marcas “cool”, afinal a razão por escolhermos uma marca em vez da outra é pela identificação com a sua personalidade.

Neste sentido, as grandes marcas do mundo e as mais atrevidas sabem trabalhar estes temas e torna-nos numa máquina de venda.

Em 2015 temos a homossexualidade com tema quente e que passou de tabu a cool e irreverente. Numa altura em que já percebemos que todas as formas de amor são boas e devem ser vividas, as marcas aproveitam para sair do armário e mostrar a sua posição na defesa da igualdade no amor.

Assim sendo, inúmeras marcas procuram mostrar que esta opção sexual também se enquadra nos seus valores e que apoiam todas as formas de amar. O Boticário, o McDonald’s, a Motorola, Gap, Banana Republic, Cheerios, The Knot e a Coca-Cola, são algumas das marcas que têm apostado neste tema para sua comunicação.

No entanto, parece-me pertinente salientar uma marca que, apesar dos seus 178 anos de existência, mostra frescura e actualidade com um rebranding que assenta neste mesmo assunto. A Tifany & CO, prova que, os seus 178 anos de existência, apenas lhe deram experiência para abrir os seus horizontes e aceitar todos como eles são.

Esta marca elitista encontra, aqui, um mercado lucrativo e que ao mesmo tempo transmite uma imagem positiva e de juventude.

tiffany-will-youImagem da campanha “Will you?” da Tiffany & CO com dois homens que são um casal.

~ Se é amor, é bom ~

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Ainda há cartas de amor?

“Os apaixonados ainda escrevem cartas”. Li num pacote de açúcar num dos meus chás matinais. Fiquei estática a olhar para ele. Mexia comigo mais do que aqueles textos bonitos e recheados de melodias românticas que por aí andam a saltar de página em página. Colei o pacote na parede do quarto. Dia após dia olhava para ele e questionava:“será que ainda escrevem?”.

As novas tecnologias encurtam agora distâncias numa questão de segundos. Basta um simples “click” e ali estão os modernos apaixonados a trocar mensagens lamechas em plena rede social. Como se o amor fosse uma montra de moda, onde todos seguem a tendência, sem questionar. O amor virou aparência e a partir dele vieram os amantes modernos. Trocam mensagens de texto e tiram selfies para partilhar no Facebook ou Instagram. O amor já não é capaz de viver em casulos isolados. Ao contrário disso, passou  a ser partilhado e comentado por todos.

Estar apaixonado não é gostar tanto de alguém que o coração bate a mil à hora? Amor não é querer essa pessoa como o maior presente do mundo? Não é ir até ao fim do mundo para estar com ela? A verdade é que as tecnologias passaram a ser a solução mais fácil e cómoda.

Será que ainda sabemos escrever cartas para aquela pessoa que nos faz sentir borboletas na barriga? Seremos ainda capazes de expressar esse sentimento imenso com a nossa própria letra, de alma grande e partilhar apenas com quem nos invade o pensamento todos os dias? O que se verifica é uma panóplia de aparências que vão sair da moda, porque um dia perderão a piada.  Vivemos de amores enfeitados por aquilo que ainda ninguém conseguiu definir.

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O pacote de açúcar permanece na parede do meu quarto. E todos os dias me provoca. Os apaixonados ainda escrevem cartas, mas são cartas diferentes. Já não as podem guardar numa gaveta e mais tarde reencontrá-la com a cor da letra fugida pela passagem do tempo e dizerem num tom nostálgico: “esta pessoa faz parte da minha história”.

E se a carta já não for do nosso apaixonado, então surgirão recordações de uma doce paixão que apareceu e que se foi, mesmo que nos tenham partido o coração em mil pedaços.  E que importa? Temos ali a letra aos nossos olhos, as palavras fugidas e sinceras, porque não há nada mais bonito que escrever pelas nossas próprias mãos. Não há nada mais genuíno que a simplicidade da recordação.

O mundo rápido e louco transformou os sentimentos em passagens rápidas e robóticas. Amor agora é conforto e não luta. É egoísmo e não bondade. O amor passou a ser comparado a uma peça de roupa: depois de perder a graça é trocada por outra. E o amor que escreve cartas, poesia e canções vai-se embora do mundo que não consegue entrar. 

Na verdade, só os corajosos é que ainda escrevem cartas de amor. Só eles têm a coragem mágica de sair da zona de conforto e expressar tudo o que lhes vai na alma. Partilhar um sentimento tão intenso é tudo menos fácil. 

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Caros apaixonados, não tenham medo de ser corajosos e loucos. Escrevam cartas. Esqueçam a moda. Rasguem a ousadia e declarem-se numa simples folha de papel. Podem até perder uma hora na fila dos correios e a carta até poderá só chegar no dia seguinte, mas o vosso apaixonado vai tocar na folha que também tocaram e sentir a vossa letra no papel.

E haverá maior beleza do que essa? O esforço, o genuíno, o apaixonante. Não tenham dúvidas: as cartas vão ser guardadas para sempre, nos sítios mais escondidos para desesperadamente serem esquecidas e mais tarde recordadas. 

Os corajosos ainda escrevem cartas, porque acreditam que o amor sincero e altruísta ainda é possível. Que o amor difícil é o mais forte de todos. E porque isto de gostar de alguém causa vertigens. É difícil de controlar e expressar. Não é nada fácil. É uma tempestade sem fim. Mas é tão bonito quando vivido. Acreditem. O amor que escreve cartas é tão raro. Mas ainda existe. E posso garantir: é inesquecível.

«Quantas Sophies pensas que existem no mundo? Não esperes cinquenta anos para descobrir!»

In Letters to Juliet

~ Mil Cartas e Um Chá ~

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WHAT'S UP

Adeus Coimbra!

Nunca houve nada que me custasse tanto escrever…

Vou ter saudades tuas… Deste-me o melhor de ti e eu dei-te o melhor de mim.
Foste o palco do maior amor da minha vida, foste a dor de deixar a minha casa…
Agora és a dor de te deixar assim… Sinto-me só, triste… Sem rumo. Mas o que interessa é q passei por ti.

Deixaste em mim todos o sentimentos que conheço. Levaste-me a infância e ofereceste-me a mulher que sou hoje! Deste-me a coragem de aprender, ser e fazer…

Só queria ficar contigo para sempre, mas infelizmente faltou-me a força para lutar!

Hoje percebo que te amo, mas amo ainda mais aquilo me deste. Deixo-te para trás com um sorriso, pois levo comigo o melhor de ti: o amor!

teresa

~ Até Sempre Coimbra ~

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