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Travel Post #19 – Barcelona


Eu e a minha irmã no nosso aniversário gostamos de fazer algo diferente, passear, conhecer coisas novas, levar a nossa mãe a tirar férias depois das férias para poder descansar destas andanças. Na passagem para os 30 decidimos ir fazer uma visita a nuestros hermanos, e a cidade escolhida foi Barcelona.

Era uma viagem que estava na bucket list há muito tempo, mas era adiada por “ficar aqui ao lado”.

Barcelona surpreendeu e muito, já tinha ouvido falar maravilhas da cidade, mas até superou expectativas. É uma cidade super completa, há um envolvimento da história e cultura com as artes, há o movimento de uma cidade grande e depois o ar relaxado da praia.

Chegámos bem cedo e decidimos ir explorar a zona de Montjüic.

Montjüic é uma colina na qual se encontra o castelo, tem uma vista privilegiada do porto de Barcelona e da zona antiga da cidade.

Depois de atravessarmos o jardim de Montjüic e de subirmos um bocadinho (bem grande), chegámos ao castelo. A vista é realmente fantástica lá de cima, passeámos, aproveitamos a vista sentadas no cimo do castelo e deu tempo até para uma gaivota ficar com metade do meu lanche.

Castelo visto descemos até ao Estádio Olímpico, depois pela escadaria do Museu Nacional de Arte da Catalunha até à Plaça Espanya.

Escolhemos este lado da cidade porque havia espectáculo na Fonte Mágica de Montjüic nessa noite. Fica a dica, vejam os dias e horários em que há este espectáculo, vale muito a pena, junta a beleza das fontes de água, com as luzes e a música. Se quiserem ver bem de perto têm de ir cedo porque este espectáculo junta uma verdadeira multidão. Ah! E cuidado com as carteiras.

No segundo dia fomos até ao Passeig de Gràcia.

O Passeig de Gràcia fez-me muito lembrar os Campos Elísios, mas em bonito. Avenida gigantesca que começa na Plaça da Catalunya e termina no Barri de Gràcia, foi projectado para as famílias mais ricas, que competiam umas com as outras para ver quem tinha a casa mais espectacular. Tem, sem dúvida, uma arquitectura de cortar o fôlego e é aqui que se encontram as lojas de marcas de luxo.

Aqui, encontram-se também duas jóias de Antoni Gaudí, La Pedrera (Casa Milá) e a Casa Batló. Não entrámos em nenhuma porque o tempo não dava para tudo, fica para uma próxima visita, mas apreciámos a beleza singular da La Pedrera e a Casa Batló ficou mesmo pela imaginação, estava completamente tapada por estar em obras.

Seguimos então caminho, para a mais preciosa obra de Antoni Gaudí, a Sagrada Família.

Gaudí queria que a Sagrada Família fosse um grande monumento a Deus, mas também um ponto de referência em Barcelona e, todas as obras que fez em Barcelona, foram com o objetivo de trazer novas ideias e aperfeiçoar este templo.

A Sagrada Família divide-se em 3 fachadas: Nascimento, Paixão e Glória, e espera-se que até 2026 esteja completamente pronta, para as comemorações dos 100 anos da morte de Antoni Gaudí.

Confesso que o interior da Sagrada Família não me fascinou, sim tem vitrais bonitos, Gaudí era sem dúvida uma mente brilhante da arquitectura, mas acho que o exterior, esse sim, é o mais bonito do templo.

No terceiro dia fomos até ao Arco do Triunfo, Parc de la Ciutadella e Barri Gòtic.

O Parc de la Ciutadella encontra-se no coração da cidade e é um dos parques mais importantes de Barcelona. Conta com extensas áreas de jardins, o Castelo dos Três Dragões que é atualmente o Museu de Zoologia, o Parlamento da Catalunha, a Fonte Monumental, árvores, um lago, uma estufa e o Zoológico de Barcelona.

Este parque é um lufada de ar fresco no meio da cidade, uma imensidão de verde em que apetece estender a toalha e fazer um piquenique.

O Barri Gòtic parece outra dimensão, com ar medieval, parece que entramos na idade média, e não é por acaso, foi aqui que a cidade nasceu.

Aqui passeámos por todo o bairro e conhecemos a Catedral de Barcelona, é lindíssima, e vale muito a pena subir ao topo da catedral. Claro está que eu só subi porque era de elevador e porque lá em cima até era aparentemente seguro, mas valeu a pena pôr os medos das alturas de lado e apreciar a bela paisagem de Barcelona, desde o castelo até à praia.

Neste bairro há também a Basílica de Santa María del Mar que fica num largo pequeno e lindíssimo.

O quarto dia ficou guardado para explorar melhor a Plaça da Catalunya, Las Ramblas, o Mercado La Boqueria, o Porto de Barcelona e a Praia de La Barceloneta.

As Ramblas têm um movimento constante de tirar o fôlego, parece que a multidão nos vai engolir a qualquer momento, é fantástico.

O Mercado La Boqueria é daqueles sítios que não se pode mesmo falhar numa visita a Barcelona. As cores, a fruta, o movimento, o cheiro a comidinha acabadinha de sair, simplesmente espectacular, e é tudo delicioso.

No topo das Ramblas, quase a chegar ao Porto do lado esquerdo num pequeno beco, há um bar que vale a pena espreitar. Entramos numa realidade paralela, um bosque encantado, chama-se El Bosc de les Fades.

Aquelas avenidas do Porto de Barcelona, tão perto do Barri Gòtic e tão, mas tão diferente. É isto que eu adoro naquela cidade, mudamos de rua e parece que mudamos de cidade.

No Porto de Barcelona está o Mirador de Colom, construção em homenagem ao navegador Cristovão Colombo, e vale um passeio por todo o Porto no qual se podem ver embarcações de todos os tamanhos e feitios, deste o pequeno iate ao grande navio.

Do Porto até à praia a caminhada não é grande e faz-se muito bem. É mais uma realidade de Barcelona.

Rondavam os 19 graus, eram cerca de 16h de um dia de semana e a praia estava cheia de gente. Alguns faziam praia como se estivessem 30 graus, outros aproveitavam para passear, andar de bicicleta, parecia um de verão.

O último dia era mais curto por causa da viagem, então decidimos deixar este dia exclusivamente para o Parque Güell.

O Parque Güell teve como seu principal mecenas Eusebi Güell, um rico empresário apaixonado pelas obras de Gaudí. Embora a ideia principal fosse a construção de um conjunto residencial de luxo, com o passar dos anos essa ideia foi abandonada e em seu lugar foi construído um parque digno do cenário de um conto de fadas.

O parque é mágico, coberto de formas onduladas, colunas que parecem árvores, figuras de animais e formas geométricas. A maior parte das superfícies estão decoradas com mosaicos feitos com pedaços de cerâmica coloridos. Gaudí inspirou-se nas formas da natureza e fez do parque uma impressionante criação.

Do parque subimos mais um pouco até ao Mirador de Joan Sales, outra vista que não se deve perder.

Barcelona foi sem dúvida uma cidade que apaixonou, as pessoas, o movimento, a diversidade, a cultura, a arte, as tapas, a cerveza, a paella, a sangria cava…só ficou mesmo a faltar o Camp Nou, numa próxima visita!

E foi assim a chegada aos 30, mais uma aventura, 5 dias fantásticos. Que venham mais aventuras e já a pensar onde ir nos 31!

~” Todo sale del gran libro de la naturaleza” ~

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COOLTURE

Fundos nublados, cores temperamentais e um demiurge.

Dourado e preto, um ano de trabalho e uns quantos segredos profundos e umas quantas obras de arte, seu nome é OFFF UNMASKED e é o livro que assinala os 15 anos do prestigioso festival Barcelona’s OFFF. Não fosse este evento quase tão único como a própria cidade de Barcelona, o livro conta com colaborações e projetos de ilustrados e designers gráficos de renome. Abrir o livro é como que iniciar uma viagem. Nele somos levados a conhecer mundos paralelos, cheios de mistério, lendas e até rituais, onde o leitor é convidado a esmiuçar e a explorar cada um deles e descobrir a história por detrás do OFFF, os seus fundadores e os primeiros parceiros. Uma abordagem sobre o ethos deste evento que sempre levou os seus intervenientes a olhar para lá da criatividade. 

Entre outras colaborações, o Serial Cut, estúdio de design madrileno, foi convidado a criar alguns retratos sobre alguns  oradores que fizeram parte destes 15 anos de evento. Assim nascem os Demiurges – o projecto fotográfico onde sob fundos nublados emerge uma família de Demiurgos (palavra de origem grega que significa aquele que trabalha para o povo) .

Cada retrato é representado o contraste entre uma personagem e um objecto amarelo, o único relação e elo comum entre eles, e quatro cores temperamentais como base. Cada Demiurgo figura um orador que já partilhou o seu conhecimento no evento,. Um sinal claro de que menos é mais, e que Bartholot soube artistica e elegantemente fotografar. Uma representação que pode parecer “pobre” mas visualmente é um resultado que dá para “namorar” por um bom tempo ainda. 

Desenvolvido pelo estúdio de design de Barcelona Vasava, este livro foi distribuido gratuitamente a todos os participantes na 15º edição do OFFF, como uma lembrança pelo aniversário e história deste grande evento.

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~ um evento, um livro e chá demiurgo ~

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