Para começar bem o ano vale recordar a última viagem de 2018!
Um ano cheio de aventuras teria de terminar com mais uma…10 dias fantásticos, 2 países, 5 cidades!
A primeira paragem foi em Varsóvia, cidade que não inspirava muita expectativa porque sempre me lembro de ouvir “não percas tempo a ir lá, é só prédios”. Na verdade Varsóvia é uma cidade bastante movimentada e realmente com muitos prédios, mas a zona histórica é encantadora.

Começámos por percorrer a Rua Nowy Świat, onde se encontram os restaurantes e algum comércio de rua, passamos no Palácio Presidencial, alguns jardins e finalmente chegamos à Praça Zamkowy, onde está o Castelo de Varsóvia, muito diferente dos nossos.

Percorremos o Barbican (Muralha que separa a Cidade Velha da Cidade Nova) onde se encontrava o Monumento do Pequeno Insurgente e fomos até à Praça do Mercado onde está a famosa estátua da Sereia.

O Palácio da Cultura e da Ciência, acabou por ser referência de orientação, por ser o edifício mais alto de Varsóvia, ali perto ficava um jardim gigante com umas cores de Outono lindíssimas.
Fomos ao POLIN Museu da História dos Judeus Polacos, que está situado no Muranów, o bairro onde viveu a comunidade judaica até os nazis o reconverterem no gueto na Segunda Guerra Mundial. Este museu dá-nos uma perspetiva do que foi a vida dos judeus ao longo dos tempos.

Por fim fomos até ao Jardim Sajón, onde se encontra o Túmulo do Soldado Desconhecido de Varsóvia no que resta do Palácio Saxão que no passado abrigou o Ministério da Guerra Polaco. O túmulo está sempre guardado por dois soldados e tem um tocha que nunca apaga. Os polacos são um povo extremamente patriota.
Em Varsóvia estivemos dois dias e chegou para ver tudo com calma.

A aventura continuou até Breslávia. Ficámos lá duas noites e um dia e senti que foi pouco. É uma cidade de bonecas, encantadora, maravilhosa, podia estar o dia todo nisto. Amei!
Breslávia é conhecida pelos inúmeros gnomos espalhados pela cidade, são mais de 200, têm cerca 30cm de altura e até há visitas guiadas só para os encontrar.
A cidade está divida em ilhas e faz-se lindamente a pé, rapidamente chegamos a todo o lado.


Começando na Praça do Mercado, passando pelas casinhas coloridas que parecem todas saídas de um filme medieval, o Plac Solny (Mercado das Flores) aberto 24h sempre com flores lindas. A Casa inspirada da história do Joãozinho e a Mariazinha, a Ilha da Catedral, onde se encontra a universidade e o jardim botânico e a Ponte Tumski.


No caminho fomos encontrando os famosos gnomos, que por norma estão relacionados com o sítio onde estão localizados. Na última noite fomos jantar a um restaurante que encontrámos por acaso, perdidas pelas ruelas, o Konspira. Tem uma decoração inspirada na guerra e foi talvez o sitio onde comemos melhor em toda a viagem. Recomendo!
Para terminar a Polónia, não poderia faltar a bela Cracóvia.

Sempre com chuva e o frio a acompanhar, fomos até à Rynek Główny (Praça do Mercado), super movimentada, onde tudo acontece dia ou noite, frio ou não. No centro desta praça medieval está o Sukiennice, um mercado onde se podem encontrar todo o tipo de lembranças da Polónia.
Na Praça de Cracóvia está também a Cabeça de Eros e a Igreja em que de hora a hora vêm tocar corneta nas janelas a toda à volta.


Fomos até ao Castelo Real de Wawel, onde algures perto da muralha está uma estátua de um dragão que de x em x tempo cospe fogo.
A cidade de Cracóvia está dividida em dois centros, há o centro da Praça do Mercado e há o Centro Judeu, onde também podemos encontrar um mercado com doces típicos da Polónia, cujo o nome não me recordo mas eram maravilhosos, e lembranças várias. Esse lado da cidade é o Bairro Judeu.
Nesse lado encontramos a Praça dos Heróis do Gueto, é uma praça cheia de cadeiras. Esta praça principal do gueto é onde eram seleccionados os judeus que iriam ser transportados para o campo de concentração.

A Fábrica de Oskar Schindler também é deste lado da cidade, mas não conseguimos visitar porque estavam os bilhetes esgotados, tive muita pena, fica a dica que será melhor comprar com antecedência. Nas janelas da fábrica estão as fotografias de todos os judeus que Schindler salvou.
Duas visitas que têm de estar marcadas quando se vai à Polónia são aos campos de concentração Auchwitz – Birkenau e às Minas de Sal. Nós optámos por uma tour de um dia completa.

As Minas de Sal já estão desactivadas e agora servem apenas de museu. Têm uma profundidade superior à altura da Torre Eiffel (coisa que soubemos já estando lá nas profundezas) e nós andamos sempre rodeados de sal, chão, paredes, tudo. Mais ou menos a meio da tour, há uma catedral toda feita em sal, é espectacular.
Auchwitz – Birkenau ficou para a parte da tarde. Não tenho palavras para descrever o que se sente naquele sítio, o que se ouve, o que se vê. Já vi vários filmes que mostram o que por lá se passou, mas estar lá, ver aquelas fotografias todas das pessoas que lá morreram, os nomes, as coisas deles.


Mas Birkenau foi o campo que mais me impressionou. Fomos mesmo ao pôr do sol, o que lhe deu um ar ainda mais pesado. É um campo gigantesco (o maior que existe), aquele ar gelado, um silêncio arrepiante, e aquele cheiro, aquele cheiro que nem sei descrever. Eu queria ouvir o que a guia dizia mas ao mesmo tempo só queria sair dali, era impossível conter lágrimas.


Vale a pena ir, sem dúvida, mas os mais sensíveis preparem essas emoções.
Apaixonei-me completamente pela Polónia, foram 3 cidades tão diferentes e cada uma mais maravilhosa que a outra, quero muito voltar para conhecer mais.

Deixámos a maravilhosa Polónia para uma aventura na Alemanha, mais duas cidades nos esperavam.
A primeira cidade foi Berlim. Já tinha ouvido tanta coisa diferente de Berlim, estava muito curiosa.

Começámos pela Alexanderplatz, a praça mais movimentada de Berlim, onde estão os shoppings, animação de rua, noite e dia, e a tão conhecida Torre de TV, que se vê da cidade toda.
Mais para o centro da cidade é o Reichstag (parlamento alemão), aqui há uma vista panorâmica da cidade, que deve ser agendada em bundestag.de, mas com bastante antecedência, nós já não conseguimos vaga.


Mesmo ao lado do parlamento é a Porta de Brandemburgo, que ao ser atravessada dá acesso ao Großer Tiergarten (Parque Tiergarten), um parque lindíssimo que merece um passeio.
O Memorial do Holocausto fica também logo ali, faz lembrar um cemitério, um tanto ou quanto arrepiante.

Por toda a cidade se vai vendo pedaços do Muro de Berlim, mas vale a pena andar um pouco mais para ver a East Side Gallery (galeria a céu aberto de pinturas no Muro de Berlim), mas já lá chegamos.

No caminho para esta maravilhosa galeria a céu aberto, passámos no Museu Topografia do Terror, está localizado onde, durante o regime nazi, ficava a sede da Polícia Secreta. A exposição ao ar livre é intitulada “Berlim 1933–1945 mostra e ensina em detalhes tudo sobre este capítulo triste da história.

Um pouco mais à frente é o Checkpoint Charlie.
O Checkpoint Charlie era um posto militar na fronteira entre Berlim Ocidental e Oriental durante a Guerra Fria, localizava-se na junção das ruas Friedrichstrasse com Zimmerstrasse e Mauerstrasse, ligando o setor americano com o setor soviético. Após a construção do Muro de Berlim as autoridades da Alemanha Ocidental construíram este posto para servir como um ponto de controle para registrar a passagem de membros das Forças Aliadas e diplomatas estrangeiros entre a Alemanha Ocidental e a Alemanha Oriental. Hoje em dia está apenas lá representado mais para turista ver, de qualquer forma estão lá mapas que nos mostram tal e qual como estava tudo dividido naquela altura.
Chegando finalmente à East Side Galary as pernas já ardiam, Berlim é toda plana, pede mesmo para ser visitada a pé, mas ao fim do dia já pesa.


A East Side Gallery é uma galeria de arte ao ar livre situada em uma secção de 1.113 metros, no lado leste do antigo muro de Berlim, que foi preservado da demolição. Localizado ao longo das margens do rio Spree é considerada a galeria de arte ao ar livre de maior duração no mundo. Lá podemos encontrar obras de todos os géneros, vale muito a pena percorrer todo o muro, até porque a obra mais conhecida está no fim.

Deixámos para o fim a Ilha dos Museus, a imponente Catedral de Berlim, e Nikolaiviertel.
Para ver os museus com calma são precisos mais dias, nós ficámos apenas três, mas nós passeámos por toda a ilha dos museus e é um local maravilhoso, todos estão divididos por pequenas pontes, com mercados de rua, imenso movimento.

Nikolaiviertel é a Berlim Antiga, um pequeno bairro medieval nas margens do rio Spree e perto da Rotes Rathaus (Câmara Municipal) e da Catedral de Berlim. É a zona mais antiga de Berlim, sendo aqui que a cidade se originou. Na Idade Média, esta área era uma rota de comércio, os comerciantes e artesãos estabeleceram-se ali, na junção do rio Spree com a estrada. É uma área com várias lojinhas, cafés e restaurantes super giros e agradáveis que nos remete para uma Berlim do século 13.

Deixámos Berlim numa manhã gelada com o jardim da Alexanderplatz carregadinha de corvos e chegámos a Hamburgo com uma sensação térmica de inverno.
A Hamburgo já chegámos cansadas mas mesmo assim não abdicámos de andar a pé pela cidade toda. Um dia e meio chegou e sobrou para vermos tudo o que queríamos.

Começámos pelo Lago Binnenalster, um lago artificial no centro da cidade, em que vale a pena dar um passeio a toda à volta.
Seguimos para a Rathausführung (Câmara Municipal) para mim o edifício mais bonito de Hamburgo, passámos pelo Memorial St. Nikolai, uma greja gótica em ruínas desde a Segunda Guerra Mundial e pela Hauptkirche St. Jacobi, uma das igrejas alemãs do Caminho de Santiago.
Entretanto decidimos ir aos locais mais longe logo no primeiro dia para irmos com calma, então lá fomos até Speicherstadt, o maior bairro de armazéns do mundo construídos sob alicerces de madeira. Foi construído entre 1883 e 1927.

Deichstrasse é uma das ruas mais antigas do AltStadt, com os seus canais e prédios típicos e característicos quer em geometria, quer em cor do Norte da Alemanha. Muito perto do zona dos armazéns, que tem a mesma coloração. Grande parte foi destruída por um incêndio de grandes proporções nos finais do séc XIX mas foi reconstruida e hoje é uma das atracções de Hamburgo.
Andando mais um pouco chegamos ao Porto de Hamburgo, a “dois passos” do Bairro Português onde vemos cafés e restaurantes com nomes portugueses e onde tomámos um café como deve ser e um pastel de nata, tão bom.

Consoladinhas e depois de descongelar um pouco fomos até ao Fischmarkt de St.Pauli, mercado de peixe da Hamburgo, mas estava fechado só vimos por fora.
Depois entramos para Sankt Pauli pela Beatles Platz. Sankt Pauli é um bairro muito particular, já passámos lá de noite e se não tivesse tanto movimento acho que teria um certo medo. Característico pelas variadíssimas casas de prostituição, pelo clube de futebol um tanto arruaceiro, gente estranha, o teatro e a esquadra da policia.

Acabando a volta do dia passámos ainda pela Igreja de Sankt Michaelis.
No último dia de viagem decidimos voltar ao centro e visitar o que faltava.
Passeámos na Alsterarkaden, rua das lojas e restaurantes à beira rio, fomos ver a Hauptkirche Sankt Petri, igreja mais antiga da cidade, enfim demos mais umas voltinhas por ali nas calmas a aproveitar os últimos cartuxos desta viagem maravilhosa.

10 dias..
2 países…
5 cidades…
Que viagem!
Obrigada Andreia por teres voltado à Polónia connosco, devias ter vindo à Alemanha também! Cátia, que viagem incrível vamos marcar o próximo destino agora!

~‘Traveling is like flirtingwith life. It’s like saying, ‘I would stay and love you, but I have to go; this is my station.’ ~